Portugueses querem celebrar o Dia Europeu do “Whatever it takes” de Draghi

A 26 de junho de 2012, Mario Draghi proferiu as palavras que o irão eternizar na história da construção europeia. Em plena crise das dívidas soberanas, que atingiu de forma particularmente gravosa os países do sul, o então presidente do Banco Central Europeu (BCE) teve um discurso que acabou por mudar o curso da história, garantindo que iria fazer “whatever it takes” — o que for preciso — para preservar a integridade do euro.

Dez anos depois, a Comissão Europeia registou um pedido de um conjunto de cidadãos, incluindo portugueses, para assinalar o Dia Europeu do “Whatever it takes”, uma iniciativa que visa marcar o que considera ser um “ato simbólico de pan europeísmo”.

“Os organizadores pretendem que se assinale um capítulo da resiliência funcional da União Europeia e das capacidades core das instituições, nações e sociedades para impulsionar o progresso enquanto navegam por tempos de gestão de crises múltiplas”, aponta a Comissão Europeia.

Registado o pedido, os organizadores da iniciativa terão seis meses para avançar com recolha de assinaturas. Se a petição tiver mais de um milhão de assinaturas dentro de um ano em, pelo menos, sete estados-membros diferentes, a Comissão terá de analisar a iniciativa, podendo dar continuidade ao processo ou não, explicando as razões da sua decisão.

Nesta fase, a Comissão ainda não analisou a “substância da proposta”, frisando apenas que a iniciativa cumpre os requisitos formais e é “legalmente admissível”.

Rui Duarte é o responsável que lidera esta iniciativa, chefiando um grupo que conta com outros portugueses entre mais de uma dezena de membros de vários países.

Mario Draghi esteve no BCE entre 2011 e 2019, tendo sido substituído pela francesa Christine Lagarde no cargo. Recorde aqui o momento das históricas palavras do italiano num evento em Londres.