Orçamento para a Saúde “não vai ser suficiente”, alerta Correia de Campos

António Correia de Campos reconhece que o Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) para a Saúde “representa um enorme progresso face a Orçamentos anteriores”, mas sublinha que “não vai ser suficiente”.

“A comparação não se deve fazer em relação ao Orçamento do ano passado. A comparação deve-se fazer em relação à previsão da execução orçamental deste ano“, afirma o antigo ministro da Saúde, em entrevista ao programa “Conversa Capital” da Antena 1/Jornal de Negócios (acesso livre), destacando a subida de 2,7% nesse âmbito. No entanto, Correia de Campos alerta que “não vai ser suficiente”, dado que este valor provavelmente não acompanhará a inflação esperada para o próximo ano e dado que “há uma situação de desconforto e sub retribuição que é preciso recuperar”.

“Há atualizações e toda a gente com a mão estendida, naturalmente, porque houve muitos anos, desde 2009, sem melhorias salariais visíveis na função pública”, sublinha o ex-ministro dos governos de António Guterres e José Sócrates. Correia de Campos defende ainda que “nem todas as reformas custam dinheiro”, dando como exemplo os centros de responsabilidade integrados, com a internalização de alguns serviços, que agora são prestados por entidades externas. Por outro lado, considera que o desempenho do pessoal médico não pode continuar a ser pago com horas extraordinárias.