Em “ponto de rutura”, bancários pedem aumentos salariais de 6,25% e recusam mais despedimentos
Sindicato dos Quadros Técnicos Bancários quer aumentos de 6,25%, lembrando que lucros dos bancos duplicaram em 2022 – embora nem todos sejam ainda rentáveis. “Não são aceitáveis” mais despedimentos.
O presidente do Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários (SNQTB), Paulo Gonçalves Marcos, desabafa que os trabalhadores do setor estão “num ponto de rutura”, reivindicando aumentos de 6,25% e afirmando, por outro lado, que “não é aceitável” avançar com mais processos de despedimento.
“Com uma inflação de 10%, os bancos a duplicarem os resultados em 2022 e as tabelas salariais a serem negociadas com médias de aumentos de 1,1%, estamos a falar de perdas superiores a um mês num só ano”, reclama Paulo Gonçalves Marcos, líder da estrutura pertencente à União dos Sindicatos Independentes, em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo.
Embora admitindo que “é impossível parar o vento com as mãos” no caso da digitalização da banca, fala em “muito oportunismo, nomeadamente em 2021, quando houve processos de restruturação mandados por geografias fora de Portugal”. “Em Portugal não houve capacidade de resistir à pressão das casas-mãe, tendo acabado por haver um corte mais que proporcional ao que seria razoável (…) Em 2022 não há dúvidas de que os bancos estão enxutos”, completa.
No cargo há sete anos, este quadro superior do Novo Banco desde 1995 e professor da Universidade Católica insiste ainda na integração deste organismo na Concertação Social e, por outro lado, apela ao Governo para “criar o enquadramento legal, regulatório e fiscal que incentive os portugueses a fazerem poupanças de médio e longo prazo, visando a sua reforma”.
Os Certificados de Aforro continuam a ser um instrumento de poupança sem risco bastante apelativo para a aplicação das poupanças das famílias. Em dezembro, as novas subscrições e capitalizações de Certificados de Aforro da Série E apresentarão uma taxa de juro de 2,842%, que multiplica por sete o valor de janeiro (0,41%) deste ano.
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