Sinais positivos na “guerra comercial” entre UE e EUA. Mas Bruxelas espera mais

  • Joana Abrantes Gomes
  • 5 Dezembro 2022

No Conselho de Comércio e Tecnologia, a Comissão Europeia e o Departamento norte-americano do Comércio estabeleceram o compromisso de resolver a disputa em torno da Lei de Redução da Inflação dos EUA.

A União Europeia (UE) e os Estados Unidos comprometeram-se esta segunda-feira a resolver as divergências sobre a Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês), que prevê subsídios que Bruxelas considera injustos por privilegiarem os fabricantes norte-americanos.

As duas partes chegaram a acordo no Conselho de Comércio e Tecnologia, que decorreu esta segunda-feira na Universidade de Maryland, nos EUA, tendo participado na reunião, do lado da UE, os vice-presidentes da Comissão Europeia Margrethe Vestager e Valdis Dombrovskis, e, do lado dos EUA, o secretário de Estado Antony Blinken, a secretária de Comércio Gina Raimondo e a Representante Comercial dos EUA Katherine Tai.

“Reconhecemos as preocupações da UE e sublinhamos o nosso compromisso de as abordar construtivamente”, lê-se numa declaração conjunta, citada pela Bloomberg. No entanto, funcionários europeus que falaram sob a condição de anonimato disseram que Bruxelas continua à espera de uma resposta mais sólida dos EUA relativamente às suas preocupações sobre a IRA.

Este acordo surge depois da visita oficial, na semana passada, do Presidente francês a Washington. Numa entrevista ao programa “60 minutos”, do canal televisivo norte-americano CBS, Emmanuel Macron disse que ele e o seu homólogo dos EUA, Joe Biden, concordaram em “resolver” uma disputa sobre a lei em questão.

Na passada quarta-feira, durante um almoço com congressistas no Capitólio, Macron tinha avisado que a Lei da Redução da Inflação, que entra em vigor em janeiro do próximo ano, ameaça as relações transatlânticas e pode desencadear uma guerra comercial. Para o Presidente francês, os subsídios incluídos no ambicioso plano de Biden são “comercialmente superagressivos” para as empresas europeias.

 

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