Roteiro para introdução de renováveis na indústria começa nos energeticamente intensivos
Roteiro para a Introdução dos Gases Renováveis no Setor Industrial Nacional elaborado pela Floene vai ser 100% financiado pelo PPEC. Implementação decorrerá ao longo de 24 meses.
Será nos setores eletrointensivos que vai arrancar o Roteiro para a Introdução dos Gases Renováveis no Setor Industrial Nacional. O projeto elaborado pela Floene, financiado pelo Plano de Promoção Eficiência no Consumo de Energia Elétrica (PPEC) e aprovado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), foi apresentado esta segunda-feira e irá ser implementado ao longo de dois anos.
“A grande maioria da indústria é abastecida pelas redes de distribuição. Precisamos de todos os players do setor para fazer esta transição”, começou por referir Gabriel Sousa, esta manhã durante a apresentação da iniciativa, dando conta que o objetivo deste projeto passa pela promoção da eficiência energética e pela utilização de gases renováveis em setores industriais energeticamente intensivos em Portugal, nomeadamente, a produção de vidro, cerâmica, metalurgia, siderurgia e plásticos. Entre estes, explica o CEO ao ECO/Capital Verde, “os desafios são diferentes”.
Segundo o responsável pela distribuidora de gás, deve ser reconhecido o papel dos gases renováveis, em particular, do hidrogénio e o biometano, enquanto “vetor de descarbonização”. Desta forma, o roteiro irá promover um aumento da eficiência energética, motivado pela utilização de equipamentos mais eficientes e adaptação dos consumos, promovendo também a redução de gastos internos ao nível dos combustíveis fósseis utilizados.
O roteiro terá um custo de 400 mil euros e será totalmente financiado pelo PPEC. De todos os projetos submetidos a concurso, o roteiro foi o que obteve a pontuação mais alta tanto da parte da ERSE, como da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).
A implementação da iniciativa assenta num plano estruturado em cinco ações principais e distribuídas cronologicamente ao longo de 24 meses. As ações definidas contemplam diversas iniciativas, incluindo workshops, seminários setoriais e cursos de formação e a disponibilização de uma ferramenta de autodiagnóstico.
“Queremos garantir uma economia e sociedade descarbonizada. Precisamos de integrar as diversas soluções na industria para alcançar este objetivo”, referiu Gabriel Sousa durante a apresentação, dando conta que a Floene, em 2021, foi responsável pela distribuição de 18,1 terawatts-hora de energia através de nove empresas de distribuição de gás situadas entre o norte e o sul do país.
O Roteiro para a Introdução dos Gases Renováveis no Setor Industrial Nacional vai em linha com a estratégia da antiga Galp Gás Distribuição de alcançar a descarbonização até 2050. Além desta, a Floene tem em curso a concretização do Green Pipeline Project, um projeto em Portugal com injeção de hidrogénio na rede de gás natural; H2 Village e a substituição de equipamento de baixa eficiência por alternativas mais eficientes. Esta última deverá ficar concluída em 2026, altura em que 5% da rede construída ainda em aço ou ferro dúctil será modernizada.
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