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Previsão dos portugueses para compras de Natal recua aos valores de 2017

2022 será um Natal com mais restrições para a maioria dos inquiridos no estudo Compras de Natal 2022, realizado pela IPAM Porto. O online é o local preferido para as compras.

Os portugueses vão gastar menos em compras de Natal. “Esta redução contempla os presentes, que em muitos casos assumem um caráter mais utilitário. Do meu ponto de vista é surpreendente que, sendo Natal, os presentes para crianças sejam roupa e sapatos em 24% dos casos. As compras mais utilitárias poderão ser um reflexo da crise económica vivida pelas famílias. Ainda surpreendente que, sendo uma época festiva, 32% dos inquiridos refiram que irão efetuar cortes em produtos alimentares. Apesar da diminuição geral de 5% no valor das compras há grupos sociais em que esta diminuição é muito superior, particularmente nas classes sociais mais baixas em que o valor médio é 26,5% inferior ao do ano 2021 (150 euros em 2022; 190 euros em 2021)”.

São estes os dados que Mafalda Ferreira, diretora da licenciatura em Gestão de Marketing do IPAM Porto, destaca como sendo os mais surpreendentes da edição deste ano do estudo Compras de Natal 2022, realizado pelo IPAM Porto e coordenado por si.

De acordo com o documento, os portugueses preveem gastar, em média, 377 euros em compras de Natal, um valor que reflete uma diminuição de 5,2% face ao ano anterior (398 euros). 2021, contudo, foi o segundo ano com o valor mais elevado desde o início do estudo, em 2009, ficando o valor das intenções de compra para este ano ao nível das de 2017. Os valores, ao longo destes 14 anos, oscilam entre os 490 euros registados em 2009 e os 253 de 2013.

Ainda na comparação com as compras de 2021, 42% dos inquiridos referem que vão gastar um valor menor, 38% dizem que será idêntico e 20% afirmam pretender gastar mais. De salientar também que os 377 euros resultam de uma média, com a classe A a referir pretender gastar 610 euros e, no extremo oposto, a classe D a apontar para os 150 euros.

Dos inquiridos que vão gastar um valor inferior, os cortes serão nas compras de ornamentações (84%) e nos presentes para amigos e familiares adultos (80%). 32% dos inquiridos referem que vão fazer cortes nas compras de produtos alimentares específicos de Natal.

Entre os inquiridos que referem que vão gastar um valor superior a 2021, 47% dizem que a alteração se deve ao aumento do preço generalizado dos produtos.

Com 78% dos inquiridos a indicar que receberam ou vão receber subsídio de Natal, 2,1% dizem que não vão utilizar este dinheiro para as compras de Natal, exatamente a mesma percentagem que afirma gastar a totalidade do subsídio em compras. Entre 11% e 50% é a percentagem gasta pela maioria dos inquiridos.

Por outro lado, 25,1% dos inquiridos dizem que não vão comprar presentes de Natal. Entre os restantes, familiares e crianças (76,8%), marido/mulher (67%) e familiares adultos (63%) são os principais contemplados com os presentes, sendo a compra para amigos referida por 30% dos inquiridos.

Para crianças até aos 12 anos a escolha de prendas vai recair sobretudo em brinquedos, mas também com a mesma percentagem (24,2%) em roupas e sapatos. Dos 12 aos 18 anos, as roupas e sapatos lideram as intenções de compra (32%), seguindo-se os acessórios, com 22%, e os livros, com 18%. Os jogos eletrónicos, com 2%, surgem no extremo oposto. Roupas e sapatos, acessórios e livros são também as principais escolhas para adultos, com 25%, 22% e 17%, respetivamente.

As compras online são as preferidas, com 25% dos inquiridos a afirmarem que farão exclusivamente compras online. Os centros comerciais surgem como segunda opção de local de compra (20%) e a opção mista por centros comerciais, comércio de rua e online é a indicada por 18% dos inquiridos. A grande maioria, 71,7% dizem que as compras serão feitas em dezembro.

“No contexto de instabilidade e alterações profundas vividas pelos consumidores, quisemos perceber as alterações de hábitos, tendo-se constatado que 55% dos consumidores afirmam ter alterado hábitos, concretamente, redução de custos com compras de natal (42%), diminuição do número de pessoas para as quais compra prendas de Natal (34,3%)”, refere o documento.

O ano 2021 foi, após todas as limitações vividas em 2020, um momento de alguma euforia em torno do Natal. Em 2021 houve um aumento do valor a gastar em compras de Natal, havendo um número considerável de inquiridos que referiam que iriam gastar um valor superior ao do ano anterior”, recorda ao +M/ECO Mafalda Ferreira, quando questionada sobre a principal alteração que sobressai da comparação dos dados deste ano com os de 2021.

Este ano, a situação económica das famílias, a diminuição do poder de compra, o aumento generalizado de preços altera profundamente a situação. Muitos inquiridos vão gastar menos e, de entre os que vão gastar mais, 47% referem que este aumento não tem a ver com o facto de comprarem mais produtos, mas sim, com o aumento generalizado de preços”, prossegue. “De acordo com os dados recolhidos 2022 será, seguramente, um Natal com mais restrições”, conclui a responsável.

O estudo, com uma amostra de 480 indivíduos, foi realizado entre os dias 26 de novembro e 9 de dezembro em Portugal Continental.

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