Qatargate pode “afetar negativamente” relações entre UE e Qatar. Corte de gás não está em “cima da mesa”

Um diplomata sénior do Qatar referiu que a forma com a UE está a lidar com o escândalo de corrupção pode "afetar negativamente" a cooperação entre ambos. Fornecimento de gás não está em causa.

A relação entre o Qatar e a União Europeia (UE) pode não estar a passar o seus melhores dias. No passado domingo, em declarações ao Financial Times, um diplomata sénior do Qatar referiu que a forma com a UE está a lidar com o escândalo de corrupção, o denominado Qatargate, pode “afetar negativamente” a cooperação entre ambos, quer ao nível da segurança e quer das discussões sobre a segurança energética.

“É profundamente dececionante que o Governo belga não tenha feito nenhum esforço para envolver-se com nosso Governo para apurar os factos, assim que tomou conhecimento das alegações”, referiu o diplomata.

Apesar de especulado, o diplomata sublinhou que o Qatar não está a ameaçar cortar o fornecimento de gás à Europa. “Não estamos a ameaçar cortar o abastecimento nem nada. Simplesmente estamos a dizer que interromper a comunicação no parlamento da UE dessa maneira limita a cooperação”, sublinhou.

Estas afirmações surgem após os eurodeputados terem aprovado um texto que exige a “suspensão das autorizações de acesso para representantes dos interesses do Qatar” durante a investigação do alegado caso de corrupção.

No domingo, o Qatar voltou a negar qualquer tipo de envolvimento nesta investigação que envolve o Parlamento Europeu. No Qatargate estão em causa suspeitas de um alegado lóbi ilegal do Qatar para influenciar decisões políticas em Estrasburgo.

Pelo que se sabe, até ao momento foram descobertos 900 mil euros suspeitos de relacionados com este caso, com as autoridades a decretarem a prisão preventiva a quatro pessoas, após serem indiciadas pelos crimes de participação em organização criminosa, branqueamento de capital e corrupção.

No âmbito desta investigação estão detidos a ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, a grega Eva Kaili, o seu companheiro e assessor, o italiano Francesco Giorgi, o seu compatriota e ex-eurodeputado Pier Antonio Panzeri, e o diretor da organização não-governamental Sem Paz Sem Justiça, Niccolò Figà-Talamanca.

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