Governo propôs Alexandra Reis para a NAV seis semanas depois de sair da TAP
Alexandra Reis foi considerada "adequada" pela CReSAP, notando ainda assim que "poderá ter dificuldade em assumir o controlo das situações e em tomar decisões se não tiver a certeza dos factos”.
O Governo propôs Alexandra Reis, a ex-secretária de Estado envolta em polémica por ter recebido 500 mil euros para sair da TAP, para a NAV mês e meio depois de sair da companhia aérea, revela o Expresso (acesso pago). O parecer da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) sobre a gestora não fala da indemnização.
O parecer foi pedido a 11 de abril deste ano, tendo sido emitido o parecer positivo 15 dias depois, a 26 de abril. O acordo de renúncia com a TAP, que incluía uma cláusula de indemnização de 500 mil euros que está na base da polémica, foi assinado a 4 de fevereiro. Na altura, no comunicado que a companhia aérea enviou à CMVM, era indicado que Alexandra Reis tinha decidido “encerrar este capítulo da sua vida profissional” e abraçar “agora novos desafios”.
A indemnização, no entanto, não é mencionada no documento da CReSAP, que não indica fragilidades, notando apenas que a gestora “poderá ter dificuldade em assumir o controlo das situações e em tomar decisões se não tiver a certeza dos factos”.
Alexandra Reis foi assim considerada “adequada”, num parecer que o PSD já pediu acesso, além de ter requerido também audições no Parlamento.
João Bilhim, ex-presidente da CReSAP, defende que se tivesse conduzido o processo, teria dado um “adequado condicionado” no parecer que aprovou o nome de Alexandra Reis para a NAV, “para alertar a comunicação social e a opinião pública para dois aspetos: a passagem de um regulado [a TAP] para um regulador [a NAV] e a existência de uma indemnização”, em declarações ao semanário. “Se a questão da indemnização não foi falada na entrevista devia ter sido”, acrescenta.
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