Tripulantes rejeitam proposta da TAP. Cenário de greve mantém-se

A assembleia geral do sindicato dos tripulantes chumbou a nova proposta feita pela administração da TAP. Possibilidade de nova greve até ao final de janeiro mantém-se.

Os associados do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) chumbaram, esta manhã, a nova proposta da TAP sobre as condições laborais, apurou o ECO. Cenário de novas paralisações dos tripulantes de cabina até ao final de janeiro mantém-se.

Depois da greve de 8 e 9 de dezembro, a administração do SNPVAC voltou às negociações com a administração da TAP. Submetida à consideração dos associados, a nova proposta da companhia foi chumbada na assembleia geral que se realizou esta manhã, nas instalações da Ordem dos Contabilistas, em Lisboa, com 615 votos contra, 6 a favor e uma abstenção.

A decisão mantém em cima da mesa a possibilidade de os tripulantes voltarem à greve. Na AG anterior, realizada a 6 de dezembro, aprovaram até mais cinco dias até ao final de janeiro. Se decidirem concretizar esta intenção, o sindicato terá de emitir um pré-aviso de greve com dez dias de antecedência. Ou seja, a paralisação já só ocorrerá no próximo ano.

A expectativa na TAP era de que a paralisação pudesse ser evitada. “Tivemos reuniões com o sindicato dos tripulantes na semana passada e tivemos outra esta manhã. Acho que houve uma boa evolução nas novas conversações”, afirmou a presidente executiva da TAP à margem de um almoço com jornalistas no dia 19. “Queremos evitar a greve, se for possível”, disse Christine Ourmières-Widener.

No comunicado aos associados sobre a convocatória da AG desta quinta-feira, o SNPVAC diz que “não acompanha o entusiasmo da atual CEO”, mas reconhecia que “as reuniões têm decorrido na base do diálogo, com os avanços e recuos normais destas negociações”.

Segundo a presidente executiva, o que ainda separa os tripulantes e a TAP “são questões financeiras e sobre a forma como o trabalho está organizado”, com a companhia a pretender implementar um modelo de remuneração mais assente na produtividade. Já os tripulantes, que têm um corte salarial de 25% acima dos 1.410 euros, estão contra este modelo e reclamam que a administração da TAP não está a cumprir o Acordo de Emergência assinado em 2021, retirando-lhes direitos. A primeira proposta para o novo Acordo de Empresa foi também considerada “inenarrável” pela classe.

A TAP estimou um impacto negativo de oito milhões nas receitas devido à greve da primeira semana de dezembro. Segundo a CEO, as contas finais só serão conhecidas no final do mês, mas não andarão longe desse montante. Se avançar a paralisação de cinco dias, o custo poderá ser maior, mas Christine Ourmières-Widener diz que a empresa ainda não fez uma previsão. “Não fizemos estimativas, porque ainda estamos a tentar chegar a acordo com o SNPAC e acho que é possível um acordo”, respondeu a 19 de dezembro.

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