Sindicato dos pilotos pede demissão da CEO e do chairman da TAP

  • Lusa
  • 29 Dezembro 2022

Os recentes "escândalos" relacionados com a companhia e a "mentira que escreveram" à CMVM são, para o SPAC, motivos que deveriam provocar a demissão destes dirigentes da TAP.

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) pediu esta quinta-feira a demissão dos presidentes do conselho de administração da TAP, Manuel Beja, e da Comissão Executiva, Christine Ourmières-Widener, devido à polémica indemnização que já provocou demissões no Governo.

Reagindo à demissão do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, na quarta-feira à noite, para “assumir a responsabilidade política” da atribuição da indemnização de 500 mil euros da TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, o presidente do SPAC, Tiago Faria Lopes, afirmou que o governante “assumiu finalmente” a responsabilidade política deste caso.

“Mas não é só a responsabilidade politica que está em causa. Há uma outra responsabilidade, que é uma responsabilidade operacional, empresarial, nomeadamente porque há dinheiros públicos” neste caso da indemnização da TAP, afirmou Tiago Faria Lopes, precisando estar a referir-se aos “dois players” que ainda estão na TAP, a CEO, Christine Ourmières-Widener, e o chairman, Manuel Beja.

“Por uma questão de solidariedade, e de lealdade para com o ministro [Pedro Nunes], se o ministro se demite, naturalmente, que todos esperamos que os mesmos [CEO e chairman] se demitam”, disse, enumerando as razões pelas quais defende estas duas demissões na companhia aérea.

Primeiro, “devido a estes escândalos todos” relacionados com a TAP; em segundo, devido à mentira que escreveram” à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). “Se mentem à CMVM, que é o órgão regulador, garantidamente mentem aos contribuintes e aos trabalhadores da TAP Air Portugal”, defendeu.

Quanto a uma eventual saída da CEO da TAP, o presidente do SPAC diz que “consta” que há uma adenda ao contrato de Christine Ourmières-Widener que determina que no final do contrato, ou por término antecipado, terá um bónus. “Garantidamente que esse bónus, ao pé do meio milhão de euros que a engenheiras Alexandra Reis recebeu, será muito maior. O escândalo será maior. Agora resta saber se é verdade ou não”, disse.

A demissão de Pedro Nuno Santos foi a terceira no Governo em dois dias, depois de Alexandra Reis, da pasta do Tesouro, no centro da polémica com a indemnização da TAP, e do secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, que acompanhou a decisão de Pedro Nuno Santos.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, demitiu na terça-feira a secretária de Estado do Tesouro, menos de um mês depois de Alexandra Reis ter tomado posse e após quatro dias de polémica com a indemnização de 500 mil euros da TAP, tutelada por Pedro Nuno Santos.

Alexandra Reis recebeu uma indemnização por sair antecipadamente, em fevereiro, de administradora executiva da transportadora aérea. Em junho, foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV) e este mês foi escolhida para secretária de Estado do Tesouro.

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