Ministra da Coesão considera que papel do Presidente da República é “desassossegar”
Ana Abrunhosa considera que Marcelo fez o seu papel de "desassossegar", e diz que o Governo se revê nas preocupações do Presidente no que toca à boa execução dos fundos europeus.
A ministra da Coesão Territorial considerou esta segunda-feira que o papel do Presidente da República é “desassossegar” e “mau seria” que o Governo não visse isso com “bons olhos”.
“Ele faz o seu papel de nos desassossegar, é o papel do nosso Presidente da República, e mau seria que o Governo não visse com bons olhos esse papel. Eu entendo isso assim, ele faz o seu trabalho de nos desassossegar e dizer ‘façam bem’ porque esta é a oportunidade de fazer e não teremos outra”, afirmou Ana Abrunhosa aos jornalistas, em Valença, no distrito de Viana do Castelo, quando questionada sobre a tradicional mensagem de Ano Novo de Marcelo Rebelo de Sousa aos portugueses.
A governante referiu que o Governo PS se revê nas preocupações do Presidente da República, nomeadamente no que concerne a “executar bem” os fundos europeus. Contudo, vincou, o Governo não tem obrigação de executar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o Portugal 2030 (PT2030) todo este ano.
“Obviamente que é um ano importante, atingimos os objetivo do PT2020 no que era a execução, vamos começar também com o PT2030 e, quanto ao PRR, ele está em andamento apesar de nunca ser o que nós queremos. Estamos totalmente alinhados com a preocupação do senhor Presidente da República”, sublinhou.
Ana Abrunhosa, que visitou esta manhã os estragos que o mau tempo que se fez sentir no fim de semana causou no distrito de Viana do Castelo, nomeadamente em Valença que registou uma derrocada da sua muralha, frisou que a execução dos fundos europeus não é só responsabilidade do Governo. Mas, acrescentou, também dos beneficiários e das entidades envolvidas.
Na tradicional mensagem de Ano Novo, o Presidente da República avisou que só o Governo e a sua maioria “podem enfraquecer ou esvaziar” a estabilidade política existente em Portugal, considerando que a maioria absoluta dá ao executivo “responsabilidade absoluta”.
“Está ao nosso alcance tirarmos proveito de uma vantagem comparativa – que é muito rara na Europa e no mundo democrático – e que se chama estabilidade política, ademais com um Governo de um só partido com maioria absoluta, mas, por isso mesmo, com responsabilidade absoluta”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo o político, está também ao alcance de Portugal tirar “proveito de fundos europeus, que são irrepetíveis e de prazo bem determinado”. “Ora, tudo isto está ao nosso alcance. E nunca me cansarei de insistir que seria imperdoável que o desbaratássemos”, avisou.
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