Sair do PDE? Centeno: “Não se pode dar nada por garantido”
Centeno já esteve mais confiante na saída do Procedimento por Défices Excessivos. O défice de 2,06% em 2016 nada garante. "Já se percebeu que não se pode dar nada por garantido", critica.
Na passa sexta-feira, o INE divulgou que o défice de 2016 em contas nacionais ficou nos 2,1%, abrindo a porta à saída de Portugal do Procedimento por Défices Excessivos (PDE). Na conferência de imprensa, Mário Centeno tinha sido cauteloso, sem garantir a saída. Esta quinta-feira, em entrevista ao jornal Público, afirma que não vê “como é que essa decisão não possa ser tomada”.
Contudo, logo a seguir acautela: “Mas já se percebeu que não se pode dar nada por garantido”, referindo-se ao modus operandi das instituições europeias.
"Mas já se percebeu que não se pode dar nada por garantido.”
No início do ano, o ministro das Finanças mostrou mais do que confiança. “Esta é a notícia que todos os ministros das Finanças gostariam de dar e essa [é] a notícia que vamos ter durante este primeiro trimestre”, disse Mário Centeno, em entrevista conjunta à TSF e ao DN, referindo-se à saída do PDE.
Nesta altura faltava-lhe o número oficial do Instituto Nacional de Estatística, mas isso não lhe deu mais certezas, pelo contrário: o ministro das Finanças é agora mais cauteloso a falar do assunto. Tal como tinha dito na conferência de imprensa, Centeno garante apenas que “Portugal cumpriu todos os objetivos orçamentais que estabeleceu pela primeira vez nos últimos anos”.
Uma decisão favorável da Comissão Europeia seria importante para os mercados ganharem mais confiança na trajetória das finanças públicas portuguesas. Esta quarta-feira, em entrevista à Bloomberg, Centeno deixou uma mensagem de confiança aos investidores, referindo vários dados sobre a economia portuguesa, nomeadamente que o PIB iria crescer à volta de 2% em 2017.
"Não vejo como é que essa decisão [saída do PDE] não possa ser tomada.”
Os juros da dívida portuguesa estão esta quinta-feira abaixo dos 4%, mas nas últimas semanas tem sempre ultrapassado essa barreira ‘psicológica’. “Os mercados da dívida contagiam-se (ou são influenciados) por movimentos que não têm nada que ver com o nosso país”, justifica o ministro das Finanças.
“Estamos a fazer tudo o que é possível, e a ter indicadores que suplantam todas as expectativas, no sentido de o país ter um desempenho que seja, também nesses mercados, compatível com as nossas expectativas”, garante Mário Centeno, notando que “o diferencial de juros com Itália está a estreitar-se”.
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