Tesouro estima emitir 19,8 mil milhões de euros em obrigações em 2023
Necessidades de financiamento líquidas do Estado neste novo ano situam-se em cerca de 12,4 mil milhões de euros. Emissão bruta de obrigações ascende a 19,8 mil milhões.
O IGCP, a agência que gere a dívida pública portuguesa, estima que as “necessidades de financiamento líquidas do Estado” para 2023 se situem próximas de 12,4 mil milhões de euros e a emissão bruta de obrigações se aproxime dos 20 mil milhões, indicou a entidade liderada por Miguel Martín num comunicado publicado esta quarta-feira.
A estratégia de financiamento do Estado para 2023 vai centrar-se na “realização regular de emissões de Obrigações do Tesouro (OT), para promover a liquidez e um funcionamento eficiente dos mercados primário e secundário”, acrescenta a mesma nota. Além disso, “oportunidades para realizar operações de troca e recompras de títulos serão exploradas”.
Em termos brutos, a emissão de OT deverá ascender a 19,8 mil milhões este ano, “combinando sindicatos e leilões, assegurando emissões mensais”. Trata-se de um montante 65% acima do registado em 2022 e 36% acima do contabilizado em 2020.
Parte deste montante servirá para fazer o rollover dos 10,3 mil milhões de euros da linha de obrigações do Tesouro emitida em 2018 que irá vencer a 25 de outubro.
“Os leilões de OT terão a participação de Operadores Especializados de Valores do Tesouro (OEVT) e Operadores de Mercado Primário (OMP) e serão realizados à segunda ou quartas-feiras de cada mês. O montante indicativo e as linhas de OT a reabrir serão anunciados ao mercado até três dias úteis antes do leilão”, refere o IGCP em comunicado.
Além disso, “espera-se que o financiamento líquido resultante da emissão de BT [Bilhetes do Tesouro] produzirá impacto positivo de 4,3 mil milhões de euros”. “Será mantida a estratégia de emissão ao longo de toda a curva, combinando prazos curtos com prazos longos”.
Segundo o IGCP, “poderão ainda ser realizadas emissões no âmbito do programa EMTN (Euro Medium Term Notes), em função das oportunidades de mercado que se enquadrem na estratégia de financiamento”.
O Programa EMTN é utilizado pontualmente pelo IGCP com o intuito de aceder a novos mercados e expandir a sua base de investidores. A primeira vez que a República emitiu títulos de dívida ao abrigo deste programa foi em janeiro de 2009 através de uma emissão de 30 biliões de ienes.
“Como habitualmente, o IGCP manterá flexibilidade para introduzir na execução deste programa os ajustamentos que se venham a revelar necessários face à evolução dos mercados e das necessidades de financiamento ao longo do ano”, conclui o IGCP, notando que o ministro das Finanças, Fernando Medina, aprovou este programa na passada terça-feira, 3 de janeiro.
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