Diogo Xavier da Cunha, managing partner da Miranda & Associados, acredita que em 2023 existirá numa certa continuidade no crescimento em vários dos mercados da firma.
O managing partner da Miranda & Associados, Diogo Xavier da Cunha, fez um balanço “globalmente positivo” de 2022 e avançou que conseguiram dar “importantes passos” no reforço da equipa e retenção de talento.
Consciente de que a incerteza no plano económico e social não deixará de se fazer sentir na atividade do setor, o líder da Miranda acredita que em 2023 existirá numa certa continuidade no crescimento em vários dos mercados da firma.
Que balanço faz do ano de 2022?
Globalmente positivo, com bons sinais de recuperação em vários dos mercados em que estamos presentes através da Miranda Alliance. Também conseguimos dar importantes passos no reforço da nossa equipa, com a integração de novos sócios em áreas consideradas estratégicas, nomeadamente na área do direito da concorrência e no contencioso. Mas também foi um ano em que o desafio da retenção do talento se tornou bastante mais notório, com uma crescente pressão tanto de escritórios concorrentes como dos departamentos jurídicos internos das empresas e com uma nova atitude dos advogados relativamente à mobilidade profissional no período pós-pandemia. Tanto quanto sabemos, as empresas de recrutamento têm estado bastante ativas, por vezes até com uma agressividade e insistência até aqui desconhecidas. A procura do melhor equilíbrio no modelo de trabalho híbrido que hoje temos também tem sido desafiante e continuará certamente a sê-lo.
Quais são as expectativas para o setor da advocacia em 2023?
A incerteza no plano económico e social não deixará de se fazer sentir também na nossa atividade. Ainda assim, acreditamos numa certa continuidade no crescimento em vários dos nossos mercados que se encontram neste momento numa clara rota de recuperação relativamente ao período pandémico – que em alguns países foi mais longo do que em Portugal. No plano doméstico, acreditamos que continuaremos a afirmar e consolidar a posição da Miranda. Apesar da nossa vocação e implementação internacional, continuamos a apostar no crescimento sustentado da nossa prática portuguesa – com resultados encorajadores ano após ano.
Do ponto de vista da profissão, estamos em crer que um dos grandes desafios será o da captação e retenção de talento. A pressão que testemunhámos em 2022 terá certamente continuidade em 2023. Isto implicará um forte investimento nas pessoas, designadamente ao nível da formação e desenvolvimento profissional. A frente tecnológica continuará a ser desafiante, com cada vez maior exigência dos clientes em matéria de segurança da informação e eficiência na prestação dos nossos serviços. A nível internacional, os clientes estão igualmente a exigir às firmas com quem trabalham políticas em matéria de ESG e de diversidade, matérias em que nos orgulhamos de estar há muitos anos empenhados. Estamos em crer que este nível de exigência veio para ficar e que rapidamente se alastrará também no plano interno.
E depois há um conjunto de questões que continuam sem clarificação e que seria importante resolver, destacando-se: o futuro da Caixa de Previdência, a mudança de paradigma fiscal na tributação das sociedades de advogados e seus sócios (permitindo a passagem para um regime idêntico ao das demais empresas), o relacionamento entre as sociedades e os advogados não sócios, um modelo de estágio mais consentâneo com a realidade atual da advocacia e a temática das sociedades multidisciplinares.
E em termos de volume de negócios do escritório?
O ano de 2022 deverá terminar com algum crescimento face a 2021, ainda que de momento não seja possível quantificá-lo dado que novembro e dezembro são meses importantes e estão por apurar. Tivemos mercados em que o crescimento foi especialmente acentuado. Mas também tivemos alguns em que houve uma certa estagnação e até retração. Portugal deverá ter um crescimento interessante. Para 2023 a expectativa é de crescimento e será certamente essa a nossa ambição.
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“Para 2023 a expectativa é de crescimento e será certamente essa a nossa ambição”, diz Diogo Xavier da Cunha
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