Venda dos fundos ECS fortalece banca, mas não chega para melhorar ratings, diz Fitch
Novobanco e BCP são os mais beneficiados com alienação dos fundos de reestruturação ECS . Fitch sinaliza que reforça rácios de capital dos bancos, mas não o suficiente para afetar os ratings.
A venda dos fundos de reestruturação ECS “fortalece os rácios de capital dos bancos portugueses, embora não o suficiente para afetar os ratings”, considera a agência de notação de risco Fitch.
Segundo a agência, os perfis creditícios do Novobanco e do BCP BCP 0,00% serão os mais beneficiados com o negócio, pois os respetivos rácios de capital comum Tier 1 (CET1) vão aumentar 25 pontos base e 15 pontos base. O impacto da transação no Santander Totta e a Caixa Geral de Depósitos (CGD) será menor “devido aos seus balanços já mais limpos e rácios de capital inicial mais fortes”, nota a Fitch.
Os bancos fecharam a venda dos fundos ECS ao fundo americano Davidson Kempner no final do ano passado por um valor a rondar os 850 milhões de euros. Caixa, BCP e Novobanco anunciaram que vão receber 644 milhões pelo negócio, com um pequeno impacto no lucro líquido.
A Fitch considera que a transação “dá continuidade ao progresso significativo do setor na eliminação de riscos de balanço desde 2016”. Por outro lado, reduz as necessidades de capital dos bancos para ativos problemáticos para níveis mais próximos dos bancos italianos e espanhóis com melhores notações de risco, observa.
“Estimamos que o rácio de ativos problemáticos não reservados do BCP para o capital CET1 tenha diminuído 5 pontos percentuais (pp) para ligeiramente acima dos 35%, o do Novobanco entre oito e dez pontos percentuais para cerca de 50%, e o da CGD entre dois e três pontos percentuais para cerca de 5%, o que é baixo para os padrões internacionais”, acrescenta.
Enquanto procuram vender o fundo Discovery, gerido pela Explorer e que se encontra avaliado em cerca de 400 milhões de euros, como revelou o ECO, os bancos ainda detêm no seu balanço outros 800 milhões em fundos de reestruturação, incluindo os fundos Aquarius, Vega e Fundo de Reestruturação Empresarial, como contabilizou o ECO em agosto.
A Fitch anunciou recentemente um “outlook neutro” para o setor bancário em 2023, tendo em conta os balanços mais fortes e o impacto positivo de taxas de juro mais elevadas na rentabilidade e também o impacto negativo de imparidades de crédito mais elevadas.
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