Presidente do Eurogrupo pede desculpa por não ter declarado donativo eleitoral
Atual presidente do Eurogrupo está sob pressão dos partidos da oposição na Irlanda, por não ter declarado doações eleitorais de um empresário, que mais tarde foi nomeado para dois cargos estatais.
Paschal Donohoe, atual presidente do Eurogrupo e ministro das Despesas Públicas da República da Irlanda, tem estado no centro de uma polémica no seu país, depois de vir a público que não tinha declarado uma doação para a campanha eleitoral às eleições gerais em 2016. Donohoe já pediu desculpa. “A honestidade e a integridade são importantes acima de tudo na vida pública. Lamento muito que isto tenha acontecido“, afirmou, diante da Dáil Éireann (câmara baixa do Parlamento irlandês).
O governante irlandês viu-se forçado a corrigir a sua declaração de despesas eleitorais de 2016 na sequência de notícias que davam conta de que Michael Stone, um empresário no setor da construção, tinha fornecido ajuda para erguer cartazes eleitorais. Segundo o regulamento eleitoral da Irlanda, o valor da sua ajuda deveria ter sido registado como uma contribuição para as suas despesas eleitorais e contabilizado de uma forma transparente.
No entanto, a ajuda do empresário não se terá ficado por aí. Na declaração desta quarta-feira na câmara baixa do Parlamento irlandês, Donohoe revelou que Michael Stone fez mais contribuições para o seu partido, Fine Gael, através da compra de bilhetes para um sorteio de angariação de fundos. Além disso, Stone foi mais tarde nomeado para dois organismos governamentais, de acordo com o The Irish Times (acesso livre).
Este caso motivou a apresentação de uma queixa à Comissão de Normas do Organismo Público, o organismo do país que supervisiona a ética, a legislação eleitoral, as finanças do Estado e o lobbying e que deverá ser autorizado a prosseguir com uma investigação.
Ao mesmo tempo, Donohoe continua sob fortes críticas da oposição irlandesa, que o acusa de violar deliberadamente a lei eleitoral e procurar durante anos escondê-lo. O ministro das Despesas Públicas da Irlanda está também a ser criticado por não ter abordado adequadamente muitas das questões levantadas pelos partidos opositores na sua declaração aos deputados, sobretudo em relação aos custos do trabalho realizado para ele e à questão de qualquer outra ajuda que possa ter recebido.
“O ministro Donohoe não pode escapar ao facto de ter quebrado as regras ao receber esta doação, e desde então inventou uma história que mudou tantas vezes que a sua credibilidade assenta em farrapos“, contrariou Mary Lou McDonald, líder do Sinn Féin, principal partido da oposição.
Paschal Donohoe aceitou, entretanto, fazer uma nova declaração à Dáil Éireann na próxima terça-feira, mas desta vez com tempo para perguntas dos partidos da oposição e para poder responder-lhes.
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