Cruzeiros e aviões brilham entre as exportações nacionais

Espanha continua a ser o maior destino das exportações nacionais, mas no leque de maiores compradores de produtos "made in" Portugal está um parceiro que nem é um país nem um território.

Portugal exportou 78,4 mil milhões de euros em bens no ano passado, o equivalente a 33% do PIB, segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Nunca Portugal tinha exportado tanto e nem tinha registado um crescimento anual tão elevado desde pelo menos 2000.

No ano passado, as exportações escalaram 23% em 2022, depois de em 2021 terem subido 18,3%. E entre os dez principais destinos das exportações nacionais destaca-se um “parceiro” que não é nem um país nem um território, mas navios e aeronaves.

Segundo o INE, as exportações para “abastecimento e provisões de bordo” ultrapassaram os 2 mil milhões de euros em 2022, cerca de 202% do valor contabilizado um ano antes.

Esta fatura engloba todos os bens comprados em Portugal para abastecer os cruzeiros e os aviões, onde se destacam os combustíveis, que agregam mais de 90% da fatura, mas também pela parafernália de bens alimentares, bebidas e outros artigos para consumo dos passageiros de cruzeiros e aviões.

Em 2022, o forte crescimento registado das exportações para “abastecimento e provisões de bordo” foi suportado por um ano extraordinário do turismo que proporcionou recordes na indústria dos cruzeiros pelos principais Portos do país (Lisboa, Madeira e Leixões) e também no setor aeroportuário, como ficou espelhado pelo número de passageiros nos aeroportos nacionais a aumentar 129% entre janeiro e novembro face ao mesmo período de 2021.

O impacto do comércio realizado por estes agentes económicos é tão relevante nas contas das exportações portuguesas que já pesa quase tanto quanto como Angola e o Brasil juntos. Desde 2007 que o comércio para cruzeiros e aviões figura no top 10 dos principais destinos das exportações nacionais – ficou apenas de fora deste ranking nos anos da pandemia.

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Principais destinos das exportações nacionais

Apesar de o volume das exportações para “abastecimento e provisões de bordo” ter registado o maior crescimento anual em 2022 na ficha das exportações nacionais, continua a ficar longe da fatura de Espanha, que pela primeira vez comprou mais de 20 mil milhões de bens “made in Portugal”.

Com um crescimento de 20% no ano passado, o mercado espanhol é destacadamente o principal destino das exportações portuguesas: por cada 100 euros de bens nacionais vendidos além-fronteiras, 26% teve como destino consumidores espanhóis.

A completar o pódio dos destinos das exportações de bens nacionais estão França e Alemanha, que em 2022 registaram um aumento de 17% e 22%, respetivamente, do volume de exportações de bens portugueses. Somente este trio de países é responsável por 49% dos 78 mil milhões de euros de bens nacionais exportados em 2022.

O bom momento das exportações é também visível por uma subida do volume de exportações entre todos os 15 principais parceiros de Portugal. Deste leque mais alargado de países, destaque para o mercado angolano, que atualmente é o 10.º principal destino dos produtos nacionais, com as exportações nacionais a registarem um crescimento de 50% face aos valores de 2021, com Angola a comprar mais de 1,4 mil milhões de euros de bens portugueses.

Também relevante para as contas nacionais é o crescimento de 43% das exportações para os EUA, com um volume superior a 5 mil milhões de euros, torando a maior economia do mundo no quarto destino internacional de artigos “made in Portugal”.

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