António Costa: “Não vejo necessidade nenhuma de haver um novo Governo”
"Se andarmos sempre a mudar de ministro, há uma descontinuidade de políticas. É um fator de entorpecimento da atividade política", justifica o primeiro-ministro.
António Costa afasta a necessidade de constituir um novo Governo. O primeiro-ministro defendeu a estabilidade do executivo apesar da onda de casos que tem assolado vários ministros e secretários de Estado.
“Não vejo necessidade nenhuma de haver um novo Governo”, referiu o primeiro-ministro esta terça-feira em Oeiras, em declarações transmitidas pela RTP3, em resposta às declarações, na véspera, do líder do Chega, André Ventura, que insistiu que o Presidente da República deveria demitir o atual Executivo e convidar António Costa a formar um novo executivo.
Para o primeiro-ministro, “o que os portugueses mais querem é estabilidade”, de acordo com os resultados das eleições legislativas de 30 de janeiro de 2022, que deram maioria absoluta ao Partido Socialista.
“A estabilidade é um valor importante e não se perde tempo. Se andarmos sempre a mudar [de ministro ou de secretário de Estado], há uma descontinuidade de políticas. É um fator de entorpecimento da atividade política”, justificou António Costa.
TAP: “Surpreendido” como Pedro Nuno Santos
O primeiro-ministro também comentou a revelação de Pedro Nuno Santos sobre a indemnização de saída de Alexandra Reis enquanto administradora da TAP: “fiquei tão surpreendido quanto o próprio“, referiu António Costa. Na sexta-feira, o ex-ministro das Infraestruturas admitiu que, afinal, tinha tido conhecimento e mesmo validado, por WhatsApp, o pagamento de meio milhão de euros à também ex-secretária de Estado do Tesouro.
A revelação de Pedro Nuno Santos foi feita a pouco mais de uma semana do início da comissão parlamentar de inquérito à TAP.
Proteção a Medina, Cordeiro e Cravinho
António Costa respondeu ainda às perguntas sobre os casos que envolvem os ministros das Finanças, do Ambiente e dos Negócios Estrangeiros. Com Fernando Medina e Duarte Cordeiro está em causa o processo da contratação de serviços ao ex-autarca socialista e empresário Joaquim Morão para a câmara de Lisboa, entre 2015 e 2016.
O líder do Governo alegou que desconhece um eventual envolvimento de Fernando Medina nas buscas da Polícia Judiciária efetuadas na semana passada relativas a este caso. O agora ministro das Finanças liderava a autarquia em 2015. Na altura, Duarte Cordeiro passou para o lugar de vice-presidente. Duarte Cordeiro manifestou nesta terça-feira que desconhece qualquer investigação a este caso.
O ministro dos Negócios Estrangeiros está envolvido no caso de derrapagem de custos das obras de requalificação do Hospital de Belém. Na segunda, Gomes Cravinho assumiu que sabia do aumento de despesa mas nega que tenha dado autorização para subir o valor da empreitada.
A poucas horas de o ministro ir prestar declarações à comissão parlamentar de Defesa, António Costa salvaguardou Gomes Cravinho: “o que não acharia normal era que um ministro mentisse sobre o que sabe ou o que não sabe. Se o ministro diz a verdade, é de louvar”.
(Notícia atualizada às 12h33 com mais informação)
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