Futebolistas aprendem a marcar golos na gestão financeira
Sindicato de Jogadores assinou esta segunda-feira um protocolo com Conselho Nacional de Supervisores Financeiros para a formação financeira dos profissionais de futebol.
Fazem pequenas fortunas em muito pouco tempo, mas com a falta de preparação financeira rapidamente caem em desgraça. São muitos os casos (e cada vez mais mediáticos) que chegam ao Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJFP) para pedir apoio e Joaquim Evangelista, presidente do sindicato, quer prevenir mais situações de futebolistas que penduram as chuteiras desamparados financeiramente. “Vamos aos balneários no sentido de promover a poupança“, declarou esta segunda-feira Evangelista na cerimónia de assinatura de um protocolo com o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNFS) para a formação financeira dos jogadores de futebol.
O caso de Carlos Queiroz e do dinheiro investido em papel comercial do Grupo Espírito Santo é talvez o mais mediático dos últimos tempos e serve de alerta para a necessidade de promover a literacia financeira junto de uma atividade profissional habituada a lidar com milhões, o futebol.
“Cada vez são mais mediáticos os casos de jogadores que têm problemas nos negócios, porque foram mal aconselhados ou porque nem sequer tiveram aconselhamento. Tiveram problemas nos seus casamentos, na sua relação pessoal, na sua vida familiar porque não souberam gerir as suas vidas financeiras. Tiveram problemas com o desemprego e entretanto não pouparam e não acautelaram o seu futuro”, resumiu Joaquim Evangelista. “Os jogadores não estão preparados para esta questão. Queremos alertá-los para a necessidade de se preparem para estas eventualidades. Importa convocar os jogadores para a educação, para a educação financeira em particular”, salientou o responsável.
"Cada vez são mais mediáticos os casos de jogadores que têm problemas nos negócios, porque foram mal aconselhados ou porque nem sequer tiveram aconselhamento. Tiveram problemas nos seus casamentos, na sua relação pessoal, na sua vida familiar porque não souberam gerir as suas vidas financeiras. Tiveram problemas com o desemprego e entretanto não pouparam e não acautelaram o seu futuro.”
Com a parceira assinada com o CNFS, o presidente do sindicato pretende ajudar a qualificar os jogadores de futebol também do ponto de vista financeiro.
“Vamos aos balneários no sentido de promover as poupanças, formar ex-jogadores para ensinarem, vamos fazer um diagnóstico da nossa classe e os jogadores estão muito recetivos”, referiu Evangelista na cerimónia que contou com a presença de Carlos Costa (Banco de Portugal), Filomena Oliveira (CMVM) e José Almaça (ASF).
Carlos Costa, enquanto presidente do CNFS, falou em “ilusão de enriquecimento” dos jogadores de futebol para abordar a necessidade de alargar o plano de literacia financeira ao setor. “Há profissões que concentram grande parte dos rendimentos num curto período de tempo, como os jogadores de futebol. Nestas profissões a literacia financeira é absolutamente importante. Planear, antecipar e ter conhecimento é importante”, disse o supervisor.
A formação financeira de jogadores de futebol faz parte da nova linha de atuação Plano Nacional de Formação Financeira. Trata-se de um projeto a dois anos, com início em 2017, que visa melhorar os conhecimentos e a capacidade de gestão financeira dos jogadores de futebol. Entre outras medidas, inclui as seguintes linhas de atuação:
- Elaboração de um estudo de diagnóstico dos níveis de literacia financeira dos jogadores;
- Realização de um programa de formação de formadores, responsáveis pela dinamização de ações de sensibilização e de formação dirigidas a jogadores e ex-jogadores;
- Preparação de materiais de informação e formação financeira orientados para as necessidades dos jogadores;
- Comemoração da “Jornada da Formação Financeira“, no período compreendido entre 24 e 31 e outubro, com a realização de ações de sensibilização para a importância da formação financeira;
- Comemoração do dia da Formação Financeira em parceria com o SJPF.
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