Sismo na Turquia e Síria faz mais de 3.600 mortos. UE vai enviar dez equipas de resgate
Número de mortos na sequência dos sismos, que abalaram esta madrugada o sul da Turquia e norte da Síria, já subiu para mais de 3.600. Há milhares de feridos.
O número de mortos, na sequência de dois sismos que abalaram esta madrugada o sul da Turquia e norte da Síria, não pára de aumentar. O último balanço dá conta de 2.316 mortos na Turquia e 1.293 vítimas mortais na Síria.
Este sismo já provocou mais de 16 mil feridos devido à queda de edifícios. As equipas de socorro procuram pessoas por entre os escombros.
Inicialmente, a agência turca de gestão de catástrofes e emergências declarou que o abalo tinha feito pelo menos 76 vítimas mortais em sete províncias do país e 440 feridos. Mas desde então os números têm vindo a aumentar.
Várias cidades da Síria foram fortemente abaladas, segundo meios de comunicação social estatais, nomeadamente em zonas controladas pelos rebeldes, que abrigam cerca de quatro milhões de deslocados provenientes de outras partes do país, na sequência da longa guerra civil. Citado pela agência Associated Press, Raed Salah, que lidera os Capacetes Brancos disse que bairros inteiros colapsaram na sequência do abalo.
Equipas de salvamento continuam à procura de sobreviventes em várias cidades dos dois países, e espera-se que o número de mortos continue a subir.
Entretanto, registou-se um novo abalo no sudeste da Turquia de magnitude 7,6 na escala de Richter, às 10h24 de Lisboa, a quatro quilómetros da cidade de Ekinozu em Kahramanmaras, onde se localizou o epicentro do primeiro sismo de 7,8.
Numa reação ao incidente, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, escreveu na rede social Twitter que “equipas de busca e resgate foram enviadas de imediato” para as áreas afetadas. “Esperamos superar esse desastre juntos o mais rápido possível e com o mínimo de danos”, escreveu.
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O abalo ocorreu às 4h17 (1h17 em Lisboa), a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, com a origem a uma profundidade de 17,9 quilómetros.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), minutos após o primeiro sismo, outro abalo de 6,7 graus na escala de Richter foi registado a 9,9 quilómetros de profundidade.
Os abalos foram sentidos também no Líbano e no Chipre, segundo correspondentes da AFP.
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A Turquia está situada numa das zonas sísmicas mais ativas do mundo. Em novembro, um sismo de magnitude 5,9 atingiu a província turca de Düzce, 200 quilómetros a leste de Istambul, deixando pelo menos 68 pessoas feridas.
O abalo aconteceu na mesma província onde um terramoto de magnitude 7,4 matou cerca de 17 mil pessoas em agosto de 1999, incluindo mil em Istambul.
O Governo português já expressou a sua total solidariedade ao Governo e ao povo turco, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros português, lamentando os efeitos do sismo na Turquia que vitimou também centenas de pessoas na Síria.
“Estamos chocados com as notícias que chegaram da Turquia esta manhã sobre o terrível terramoto. O Governo Português manifesta a sua total solidariedade com o povo e o Governo da Turquia”, publicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros na rede social Twitter.
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Bruxelas coordena ajudas dos Estados-membros
A Comissão Europeia está a coordenar o envio de equipas de resgate dos Estados-membros para se juntar às buscas por sobreviventes após o terremoto. E decidiu pelo envio de dez equipas de resgate.
“Dez equipas de buscas e salvamento urbanas foram rapidamente mobilizadas a partir da Bulgária, Croácia, Chéquia, França, Grécia, Países Baixos, Polónia e Roménia para apoiar as equipas no terreno”, avançaram num comunicado conjunto os comissários Josep Borrell e Janez Lenarcic.
O comissário europeu de Gestão de Crises, Janez Lenarcic, tinha assinalado, numa mensagem partilhada na rede social Twitter, que Bruxelas ativou o Mecanismo de Proteção Civil da UE e que as equipas de salvamento dos Países Baixos e da Roménia já se estão a deslocar para a zona afetada. “O Centro de Coordenação de Resposta a Emergências está a coordenar o envio de equipas de resgate da Europa”, destacou o diplomata esloveno.
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Portugal também vai participar no apoio à Turquia no âmbito os mecanismos europeus, confirmou esta segunda-feira, em Coimbra. “Há já 11 países que mobilizaram meios para apoiar a Turquia no quadro do mecanismo europeu de proteção civil e nós também já transmitimos a nossa disponibilidade a União Europeia para integrar essa equipa de apoio nomeadamente ao resgate e no quadro da emergência médica. A Proteção Civil está em diálogo com as autoridades europeias para mobilizar esse nosso apoio nacional”, disse José Luís Carneiro em declarações transmitidas pela CNN.
Por seu turno, o Alto Representante para os Negócios Estrangeiros da UE, Josep Borrell, sublinhou que o bloco europeu está “pronto para ajudar” os países afetados após um “devastador” sismo, que “já ceifou a vida a centenas de pessoas e feriu muitas mais”.
“As minhas profundas condolências às muitas famílias que perderam vidas e desejo uma rápida recuperação aos feridos. A UE está totalmente solidária com vocês”, disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também no Twitter.
Países como a Alemanha, Rússia, a Itália e o Azerbaijão já tinham anunciado a intenção de enviar equipas de resgate para ajudar nas buscas.
Equipas de resgate em Diyarbakir, sudeste da Turquia
(Notícia novamente atualizada às 22h23 com novo balanço de vítimas mortais)
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