Invista como três dos maiores gurus da bolsa
Um cabaz de 15 ações com carimbo de qualidade dos ensinamento de Benjamin Graham, Peter Lynch e Warren Buffett.
Benjamin Graham, Peter Lynch e Warren Buffett são nomes que fizeram fortuna comprando e vendendo ações na bolsa. Durante anos, os fundos e as carteiras de investimento que tiveram o seu cunho contabilizaram ganhos largamente superiores ao oferecido pelo mercado, catapultando os seus nomes para o passeio da fama de Wall Street.
Warren Buffett, por exemplo, atualmente com 92 anos de idade e ainda no ativo à frente da Berkshire Hathaway com o sócio de longa data (e sete anos mais velho) Charlie Munger, conta com uma rendibilidade média anual verdadeiramente hercúlea de 20% desde 1965, o dobro do desempenho do principal índice norte-americano (S&P 500).
O reconhecimento do Oráculo de Omaha é de tal forma planetário que, todos os anos, desconhecidos de todo o mundo estão dispostos a pagar milhões de euros para partilharem um almoço com o homem que dizem ser o maior investidor de todos os tempos, na esperança de receberam aquela dica de investimento que os levará à glória — no ano passado, alguém pagou mais de 18 milhões de euros pela refeição.
Todos estes grandes nomes de Wall Street conseguiram o feito de terem começado ou aprofundado uma estratégia de investimento que passou a ser utilizada por milhões de outros investidores. Mas tal como sucede com as receitas dos pratos dos grandes chefes de cozinha, também no mundo dos mercados nunca se chega a conhecer a “receita” completa. Fica sempre a faltar o segredo que, em muitas situações, acaba por fazer toda a diferença.
Mas no caso destes três magos da bolsa, as suas estratégias já foram alvo de várias teses académicas e debatidas em livros que eles mesmo publicaram onde revelam um pouco da sua arte, permitindo com isso chegar a algumas conclusões sobre a matriz de cada uma das estratégias.
Foi socorrendo-se destes elementos que partimos à “pesca” de ações pelas principais praças mundiais que pudessem enquadrar-se em cada uma das políticas de investimento de Benjamin Graham, Peter Lynch e Warren Buffett. Encontrámos cinco com o carimbo de cada guru.
Benjamin Graham
O grande investidor
Amplamente reconhecido como o pai da análise de ações de uma forma rigorosa e objetiva, Benjamin Graham foi mais do que um grande investidor. Foi o primeiro “superinvestidor” da bolsa e um autêntico génio que teve em Warren Buffett o seu aluno prodígio e, mais tarde, seu aprendiz e grande seguidor da sua “escola”.
Graham argumentava que os investidores devem comprar ações que estão significativamente subavaliadas em relação ao seu valor intrínseco, que é medido principalmente tendo em conta o potencial de ganhos futuros da empresa, mas nunca esquecendo o princípio de que “uma ação só está verdadeiramente em saldo quando está a cotar a pelo menos 50% abaixo o seu valor real.”
No seu livro “The Intelligent Investor“, editado pela primeira vez em 1973 e considerado por muitos como a bíblia da estratégia do investimento de valor, Graham recomenda ações de empresas de grande capitalização, com uma estrutura de financiamento conservadora e com um longo histórico de pagamento de dividendos contínuos.
Graham adverte ainda os investidores para terem algumas reservas quanto às ações que estejam a transacionar a um preço superior a 25 vezes os lucros anuais gerados por ação nos últimos sete anos ou mais de 20 vezes os lucros gerados por ação nos últimos 12 meses. Graham considerava que os investidores que seguirem estes conselhos poderão contar com uma “margem de segurança de valor inestimável” nas suas apostas de investimento.
Peter Lynch
Camaleão de Wall Street
Atualmente a desempenhar funções como consultor na Fidelity Investment, Peter Lynch tornou-se lendário em Wall Street por ter levado o fundo Fidelity Magellan a uma rendibilidade acumulada de 2.510% de 1977 a 1990, batendo o índice norte-americano que agrega as 500 maiores empresas norte-americanas (S&P 500) em 11 desses 13 anos.
No seu livro “One Up On Wall Street“, publicado em 1989, Lynch descreve um conjunto de estratégias que os investidores individuais podem recorrer para replicarem o seu sucesso. Porém, o “camaleão, como também ficou conhecido por ter tido a destreza de se adaptar aos vários estilos de investimento que vingavam ano após ano, defende que os investidores só devem “investir naquilo que conhecem”.
No “menu” de características que Lynch enumera como bases para uma ordem de compra estão empresas com poucas dívidas, que revelem um crescimento dos lucros entre 20% a 50% ao ano e apresentem um rácio preço/lucros por ação (PER) abaixo da taxa de crescimento dos lucros da empresa. Além disso, Lynch procura empresas com uma elevada taxa de dividendos e que apresentem um nível de vendas superiores a mil milhões de dólares
Warren Buffett
Oráculo de Omaha
Warren Buffett construiu a reputação de maior investidor do mundo tomando como referência o investimento de longo prazo, comprando ações de qualidade e com um bom potencial de lucros. Para Buffett, as empresas que compra devem apresentar, entre outras características, um retorno de capitais próprios superior a 15%, uma margem líquida para os próximos 12 meses de pelo menos 15% e os lucros da companhia deverão totalizar uma cifra superior a 50 milhões de dólares.
Foi seguindo essa estratégia que o Oráculo de Omaha, como também é conhecido em homenagem à sua terra Natal, de 1965 a 2021 elevou as ações da Berkshire Hathaway para uma valorização média anual de 20%, mais do dobro do desempenho alcançado pelo índice norte-americano S&P 500.
Esta proeza tem-lhe valido regularmente um lugar entre as dez pessoas mais ricas do mundo da revista Forbes, mas sobretudo a admiração de muita gente. Na carta anual da Berkshire Hathaway de 2009, Warren Buffett e Charlie Munger, presidente e vice-presidente, respetivamente, levantaram um pouco mais do véu da estratégia de investimento que desenvolvem há décadas, com o pormenor de evidenciarem não o que fazem mas o que nunca fazem.
Segundo Buffett, “evitamos negócios que não conseguimos avaliar o seu futuro, por mais emocionante que sejam os seus produtos” e “não fazemos qualquer tentativa para conquistar Wall Street. Os investidores que compram e vendem ações com base nas notícias ou nos comentários dos analistas, não são para nós”, por exemplo.
(Conteúdo integrante da edição de 6 de fevereiro da newsletter de finanças pessoais do ECO, Portefólio Perfeito, que pode subscrever neste link.)
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