Dijsselbloem: É “lamentável” que “as minhas palavras tenham sido associadas ao sul”
O presidente do Eurogrupo rejeita a possibilidade de se afastar do cargo, mas garante que será "ainda mais cuidadoso" no futuro.
A 27 de março, vários membros do Parlamento Europeu escreveram a Jeroen Dijsselbloem pedindo-lhe que se demitisse do cargo de presidente do Eurogrupo. Em causa, as declarações sobre “bebidas e mulheres”. Dijsselbloem vem agora responder aos eurodeputados, para dizer que é “lamentável” que as suas palavras “tenham sido associadas à situação dos países do sul da Europa”.
Na resposta dirigida aos 70 eurodeputados que pediram a sua demissão, o também ministro das Finanças holandês começa por esclarecer o que disse em entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung:
"Na crise do euro, os países do norte demonstraram solidariedade para com os países em crise. Como um social-democrata, acho a solidariedade extremamente importante. Mas quem pede ajuda, também tem deveres. Eu não posso gastar o meu dinheiro em bebidas e em mulheres e, em seguida, pedir apoio. Este princípio aplica-se a nível europeu, regional e nacional.”
Nos dias seguintes às suas declarações, recorda o presidente do Eurogrupo, instalou-se a polémica. “As minhas palavras foram associadas à situação dos países no sul da Europa durante os anos da crise. É lamentável que essa associação tenha sido feita, já que isso não foi dito. E, certamente, não era essa a minha intenção. A crise afetou sociedades por toda a Zona Euro, com grande custo social, e a solidariedade foi muito justificada”, escreveu Dijsselbloem.
E continua: “Infelizmente, algumas pessoas ficaram ofendidas com a forma como me expressei. A escolha de palavras é, claro, pessoa, tal como é a forma como são interpretadas. No futuro, serei ainda mais cuidadoso, já que nunca foi minha intenção insultar as pessoas“.
O presidente do Eurogrupo conclui rejeitando a possibilidade de se afastar do cargo, garantindo que está “totalmente empenhado em trabalhar” com os membros do Parlamento Europeu e “com todos os cidadãos europeus”, para “fortalecer as nossas economias e a nossa união monetária”.
A justificação de Dijsselbloem surge depois de Antonio Tajani, presidente do Parlamento Europeu, ter enviado uma carta formal, de protesto, ao presidente do Eurogrupo, criticando as suas recusas “a vários convites para participar em debates na assembleia representativa dos cidadãos europeus”.
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