Galp pretende triplicar negócio das renováveis até 2030

Apesar de prever uma contração de 16% do EBITDA para 2023, a Galp prevê investir mil milhões de euros por ano até 2025 para promover uma ampla transformação energética das suas operações.

Depois de um ano de 2022 recorde, com uma duplicação dos lucros, a Galp Energia GALP 0,00% conta ter um 2023 menos explosivo.

De acordo com uma apresentação aos investidores publicada esta segunda-feira, a petrolífera prevê um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 3,2 mil milhões de euros este ano, menos 15,8% face ao registado em 2022, como resultado de uma forte correção na produção e exploração de petróleo e gás, como consequência da venda dos ativos em Angola.

Além de uma revisão em baixa do EBITDA, a empresa liderada por Filipe Silva estima também um cash flow operacional ajustado de 2,2 mil milhões de euros para este ano, menos 21% face ao contabilizado no final do ano passado.

Este abrandamento de curto prazo é visto pela administração da Galp como uma aposta no longo prazo que está assente numa estratégia de forte transformação energética das suas operações.

De acordo com informação da petrolífera, o peso das operações de energias de baixas emissões carbono (onde se incluem as energias renováveis, o diesel verde e o hidrogénio verde) deverá triplicar na estrutura de cash flow operacional ajustado da empresa em sete anos, passando de 10% no final de 2023 para mais de 35% em 2030.

Só entre 2023 e 2025, a Galp projeta que a capacidade operacional das suas operações de renováveis triplique de 1,4 GW (gigawatts) no final do ano passado para 4 GW em 2025, em cima de um pipeline de 9 GW no final de 2022.

Para 2023, a Galp conta instalar 200 MW (megawatts) de capacidade adicional por forma a terminar o ano com uma capacidade operacional de 1,6 GW, lê-se no documento disponibilizado aos investidores.

Além disso, o plano de transformação energético previsto para os próximos anos tem ainda previsto o aumento de 60% do investimento no processo de transformação industrial e comercial da sua operação, com o intuito de reduzir em 40% as emissões de dióxido de carbono até 2030 face aos valores de 2017.

Apesar destas mudanças, a maior parte dos rendimentos da Galp continuará a ser gerada pelas operações de produção e exploração de gás e petróleo até pelo menos 2030.

Segundo projeções da petrolífera, dentro de seis anos, o petróleo e o gás serão responsáveis por cerca de 65% do cash flow operacional ajustado da companhia – face aos 90% que têm hoje; e contarão com um crescimento de 30% do volume de investimento até 2026.

Cotação da Galp

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