Fitch: Orientações do BCE para malparado são passo para melhorar banca
A agência de notação financeira aplaude as orientações dadas pelo banco central. Diz que pressionam os bancos a agirem, levando a um fortalecimento do setor financeiro.
A agência de notação financeira Fitch considerou hoje que as orientações dadas pelo Banco Central Europeu (BCE) para resolver o problema do crédito malparado são mais um passo para melhorar a força da banca da Zona Euro.
O BCE recomendou em 20 de março que os bancos da Zona Euro devem implementar estratégias “realistas” e “ambiciosas” para resolver o problema do crédito malparado, incluindo nos domínios da gestão e do risco. A instituição quer abordar o tema com “deliberação e firmeza”.
De acordo com a Fitch, as recomendações do BCE pressionam os bancos a agir contra o problema do malparado (‘non performing loans’, ou NPL, em inglês), conduzindo a um fortalecimento do setor.
A agência calcula que, apesar de o BCE não ter identificado os bancos a quem se referem estas recomendações, existam pelo menos 35 de 125 instituições supervisionadas pelo BCE com níveis de malparado acima da média.
“Sobretudo na Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha, mas também em algumas economias do norte da Europa”, lê-se numa nota da Fitch.
De acordo com o BCE, em setembro do ano passado, o stock de crédito malparado na Zona Euro ascendia aos 921 mil milhões de euros.
O problema do malparado vai marcar a reunião dos ministros das Finanças da União Europeia, que decorre no final desta semana em Malta.
O desafio para abordar o problema partiu de Malta, que tem a presidência rotativa da União Europeia (UE) e que recebe os ministros das Finanças dos 28 Estados-membros na sexta-feira e no sábado, sendo que a Comissão Europeia já se mostrou disponível para participar numa estratégia concertada.
Segundo uma nota a que a Bloomberg teve acesso e que tem circulado, o Governo maltês pediu uma “ação concertada” para prevenir que o problema do crédito de rentabilidade duvidosa possa ameaçar a estabilidade financeira e prejudicar o crescimento económico da UE.
“Dada a sua magnitude, o problema dos créditos não performativos [NPL, na sigla em inglês] não se vai resolver sozinho, mesmo num contexto de recuperação económica”, considerou a presidência maltesa da UE numa nota.
Nesse sentido, Malta defende “uma abordagem multifacetada combinando uma mistura de ações políticas, num nível nacional e possivelmente europeu”, considerando que essa é a forma “mais adequada para abordar o problema dos NPL”.
Uma porta-voz da presidência maltesa acrescentou à Bloomberg que a resolução do problema do malparado deverá marcar a discussão dos ministros das Finanças da UE (Ecofin), agendada para sexta-feira e sábado em Valletta (capital de Malta).
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