Rússia diz que Pequim já apresentou plano de paz a Moscovo
A diplomacia russa adiantou que o plano chinês deve ser conhecido ainda esta semana. O MNE russo esclareceu ainda que não se trata de "um plano de paz separado".
A China apresentou à Rússia a sua visão para “a solução política” do conflito na Ucrânia, que deve ser tornada pública ainda esta semana, informou esta quarta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo. “Os aliados chineses partilharam connosco os seus pensamentos sobre as causas profundas da crise ucraniana, bem como as suas abordagens para uma solução política”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, em comunicado, após a viagem a Moscovo do chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi.
A diplomacia russa adiantou que o plano chinês deve ser conhecido ainda esta semana. O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo esclareceu ainda que não se trata de “um plano de paz separado”. País aliado da Rússia, a China nunca apoiou, nem criticou publicamente, a invasão da Ucrânia, embora tenha expressado repetidamente o seu apoio a Moscovo face às sanções ocidentais.
Contudo, ao mesmo tempo, Pequim sempre pediu respeito pela integridade territorial da Ucrânia, enquanto Moscovo reivindica a anexação de cinco regiões ucranianas. O Governo ucraniano já reagiu a este anúncio de Moscovo, dizendo que Pequim não consultou Kiev na preparação deste plano de paz para o conflito. “A China não nos consultou”, disse uma fonte do Governo ucraniano.
Contudo, na terça-feira, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, que se encontrou com o seu homólogo chinês na Alemanha, revelou em Bruxelas que este último o “informou sobre os elementos-chave do plano de paz chinês”. “Aguardamos pelo documento para o estudar em pormenor, para não tirarmos conclusões com base na apresentação oral”, explicou Kuleba.
Esta quarta, um alto responsável ucraniano avisou que nenhum plano de paz deve ultrapassar “as linhas vermelhas” definidas por Kiev, incluindo concessões territoriais à Rússia, que ocupa territórios no leste e sul do país. “Para a Ucrânia, as linhas vermelhas são os princípios da carta da ONU, incluindo o respeito pela integridade territorial ucraniana”, disse este funcionário.
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