Certificados de Aforro têm aumento histórico em janeiro

Janeiro registou a maior "corrida mensal" à compra de Certificados de Aforro, com o stock de capital investido a subir 15% para um valor igualmente recorde de 22,5 mil milhões de euros.

Os particulares continuam a procurar nos Certificados de Aforro uma solução para aplicarem as suas poupanças. De acordo com dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal, o stock de capital alocado nestes títulos de dívida alcançou um valor recorde de 22,5 mil milhões de euros em janeiro.

O montante de dinheiro aplicado hoje nestes títulos de dívida do Estado desenhados para o retalho é quase o dobro do aplicado em janeiro de 2022 e é também o valor mais elevado desde 1998 (última dada disponível pela série do Banco de Portugal).

A corrida aos Certificados de Aforro é particularmente notada desde outubro, com as subscrições a crescerem a um ritmo médio de 11,4% por mês. Em janeiro não foi exceção: segundo dados do Banco de Portugal, as subscrições líquidas aumentaram 14,8%, cerca de 2,9 mil milhões de euros. Janeiro registou a maior “corrida mensal” à compra de Certificados de Aforro, desde que há dados.

Fonte: Banco de Portugal.

É certo que desde outubro de 2018 que as subscrições líquidas de Certificados de Aforro têm aumentado mensalmente de forma constante (neste período de 51 meses, apenas num mês registou uma queda). Porém, nada que se assemelha à dinâmica do último ano.

De acordo com dados do Banco de Portugal, dos 22,5 mil milhões de euros existentes no final do mês passado em stock, 44% foi gerado somente nos últimos 12 meses. Significa que por cada 100 euros de capital aplicados atualmente em Certificados de Aforro, 44 euros foram investidos no último ano.

A procura por estes produtos por parte dos pequenos aforradores não surge por acaso. De acordo com os últimos dados do Banco de Portugal, a taxa de juro anual dos depósitos a prazo até um ano praticada pela banca nacional era de apenas 0,3% em dezembro, 11 vezes menos que a taxa de 3,4% paga pelos Certificados de Aforro este mês.

E também não será por acaso que a banca, a pouco e pouco, começa a reavaliar a sua oferta comercial de depósitos a prazo. Depois de os bancos de menor dimensão terem dado o pontapé de partida, através da oferta de “depósitos de boas-vindas” com taxas acima dos 2%, agora é a vez dos maiores bancos “correrem” a subir as taxa de juros dos seus depósitos.

A corrida às poupanças das famílias está agora a ganhar forma. De um lado está o Estado, com os Certificados de Aforro que se aproximam a passos largos da taxa máxima de 3,5% permitida por lei. E do outro lado estão os bancos, que apesar de apresentarem uma situação de liquidez bastante confortável, começam a largar a taxa 0% dos depósitos.

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