Comissão de inquérito também deve discutir privatização da TAP, defende líder do PCP
"Precisamos de corrigir aquilo que são os critérios, errados, de gestão privada numa empresa que é pública. Foram esses critérios que possibilitaram todos estes escândalos", disse Paulo Raimundo.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, defendeu esta quinta-feira que a “comissão de inquérito à TAP deve ir mais longe do que aquilo que é a sua incidência” e que a transportadora aérea portuguesa “deve continuar como empresa pública”.
“Nós precisamos de discutir a TAP como uma empresa estratégica pública, que nós queremos que continue a ser pública. Precisamos de corrigir aquilo que são os critérios, errados, de gestão privada numa empresa que é pública. Foram esses critérios que possibilitaram todos estes escândalos em torno de indemnizações e coisas desse tipo”, disse o líder comunista.
“Mas é preciso também discutir o que está para trás. Nós temos uma empresa que há 20 anos que está num caminho de privatização e é preciso discutir também todo esse processo. É também com esse propósito que nós vamos para essa comissão de inquérito”, acrescentou Paulo Raimundo.
O líder comunista falava aos jornalistas durante uma iniciativa junto dos trabalhadores da fábrica de automóveis da Autoeuropa, em Palmela, no distrito de Setúbal, no âmbito da ação nacional do PCP “Mais Força aos Trabalhadores”. “Esta gente que produz a riqueza todos os dias (…) tem um exemplo de resistência e de unidade muito forte, demonstrado nos últimos meses. Foi com a sua luta, com a sua ação, que conseguiu um aumento dos salários, talvez não tanto aquilo que merecia, mas aquilo foi possível com esse processo de luta”, disse.
“Estamos aqui a valorizar essa jornada, essa ação de luta, mas também a mostrar solidariedade com esta gente que cria riqueza, que tem aqui uma unidade de produção de grande intensidade, com ritmos de trabalho muito acelerados, em mais uma ação da nossa campanha `Dar Força aos Trabalhadores”, afirmou. Para Paulo Raimundo, “foi a unidade dos trabalhadores, a sua organização e mobilização, que fez com que fosse possível aumentar salários” na fábrica de automóveis da Volkswagen, em Palmela.
Questionado sobre o relatório da Assembleia Municipal de Setúbal sobre o acolhimento a refugiados ucranianos, que aponta a alegada “falta de sensibilidade” dos responsáveis autárquicos por terem permitido que os ucranianos tivessem sido recebidos por dois cidadãos russos, Paulo Raimundo considerou que o “fundamental foi não ter sido encontrada nenhuma ilegalidade” por parte do executivo camarário, de maioria CDU.
“Ficou demonstrado que não houve nenhuma ilegalidade, nenhum processo de intenções. Eu acho que isso é que é fundamental valorizar, porque foi essa a acusação de que foi alvo a Câmara Municipal de Setúbal”, disse o líder do PCP.
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