Vá ao Everest… só para tomar o pequeno-almoço
Em dezembro, chefs do Noma e do londrino Ledbury construíram o restaurante temporário de maior altitude do mundo: o Campo Base do Monte Everest, no Nepal.
Parecia uma oportunidade que só aparece uma vez na vida e, em muitos aspetos, de facto era. Mas na verdade, se quisermos, podemos ir tomar o pequeno-almoço ao Everest praticamente todos os dias do ano. Basta conhecer as pessoas certas.
Desde dezembro que Catherine Heald, da Remote Lands, tem planeado estadias rápidas no Everest, sempre a pensar nos clientes. O percurso inclui um trajeto de helicóptero de Kathmandu para o Campo Base Sul, onde os visitantes exploram os arredores durante uma visita de 15 minutos (o máximo que um turista não habituado consegue aguentar a 5.486 metros de altitude).
Depois, os turistas seguem de helicóptero para o pico adjacente, Kongde Ri, onde Yeti Mountain Home, a hospedaria de luxo com a maior altitude do planeta, a 3.962 metros, põe a mesa para um piquenique privado com champanhe, e uma vista arrebatadora para o Everest. Nicola Shepherd, da Explorations Co., também organiza viagens matinais a Yeti mas sem a passagem no Campo Base: prefere não correr o risco de avalanche.
As duas empresas trabalham com o mesmo fornecedor para conduzir a aventura: Tashi Tenzing Sher, neto do xerpa Tenzing Norgay, que, juntamente com Edmund Hillary, deu os primeiros passos no topo do Everest em 1953.
“Ele já escalou o topo do Everest algumas vezes”, disse Shepherd. “Por isso, enquanto vocês sobrevoam a área, ele explica em primeira mão tudo o que isso significa. Ele realmente faz com que os visitantes vivam a situação.”
A logística
Tanto Shepherd como Heald tendem a reservar os pequenos-almoços no Everest para pacotes maiores — 10 dias de caminhadas pelo Nepal, na maioria das vezes —, mas é possível reservar o passeio à la carte. Heald cobra 10.000 dólares para grupos de até três pessoas; Shepherd cobra 7.163 dólares por duas pessoas. Viagens completas de 10 dias rondam os 25.000 dólares (à exceção dos helicópteros, tudo é barato no Nepal).
Para concretizar a aventura, são imprescindíveis duas coisas. Primeiro, a saúde: embora os visitantes não passem muito tempo em grandes altitudes, pessoas com problemas cardíacos ou pulmonares podem ter dificuldades com a altitude. Quanto ao hotel, o melhor é começar em Kathmandu, onde um helicóptero AS350 irá buscá-lo bem cedo, de manhã — a partir das 6h30, dependendo da previsão do tempo. Dali, são 45 minutos para voar em torno do Everest e aterrar em Kongde Ri, sem incluir a paragem opcional no Campo Base Sul.
O pequeno-almoço em si é uma refeição privada e requintada que inclui ovos com bacon e salsichas, croissants e geleia feita com frutas nepalesas, além de muito Moët & Chandon, tudo servido por uma talentosa equipa de xerpas. Mas ali, não é a comida que interessa: o que realmente é inesquecível é a paisagem.
“É o mais perto que se pode chegar do Everest sem estar nele”, disse Shepherd sobre estar em Kongde Ri. “Ninguém vai mais perto.”
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