Mariana Mortágua confirma candidatura à liderança do Bloco de Esquerda
Na conferência de imprensa em que confirmou a sua candidatura, Mortágua atacou o Governo, cuja "maioria não cumpre aquilo que prometeu".
Mariana Mortágua, 36 anos, confirmou esta segunda-feira a candidatura à liderança do Bloco de Esquerda (BE), com a moção “Uma força, muitas lutas”, na sequência da decisão de Catarina Martins de não se recandidatar ao cargo de coordenadora do partido.
Em conferência de imprensa, transmitida pelas televisões, Mortágua afirmou que o desafio do BE é “enfrentar a maioria absoluta” do PS, reiterando a vontade de “fazer todas as lutas que enchem e dão significado à democracia“, nomeadamente “pelo trabalho, a habitação, a igualdade, o clima, o direito de todas as pessoas a viverem com respeito em democracia plena, o direito de todas viverem uma vida boa”.
A deputada bloquista deixou elogios a Catarina Martins, dizendo que foi “a melhor porta-voz em tempos tumultuosos” e garantindo que o partido continua a contar com ela no futuro “para todas as funções”.
Mas a apresentação da candidatura de Mariana Mortágua foi marcada, sobretudo, por críticas à maioria absoluta socialista, que “não cumpre aquilo que prometeu”. “O PS quis poder absoluto para deixar o país condenado ao desrespeito pela educação e a saúde, consumido por quem especula com os preços, corroído pela corrupção e pela facilidade milionária dos favores. A maioria absoluta nunca foi outra coisa que não arrogância, intransigência e instabilidade”, afirmou.
Para Mortágua, a “tranquilidade” do Partido Socialista é “achar que perante um PSD perdido e sem programa” — que apelida de “programa de desigualdades” — pode “usar o medo da extrema-direita para lhe garantir uma maioria absoluta perpétua”.
Por isso, entende que “só uma alternativa à esquerda pode criar respostas para as pessoas que estão exasperadas com a inflação, com a decadência das coisas importantes da democracia, como a educação, a saúde ou a justiça”. “É preciso fazer muito mais e essa é a tarefa do BE, apresentar uma alternativa à escolha péssima entre o mau e o pior“, frisou.
A Mesa Nacional do Bloco de Esquerda esteve reunida no domingo, em Lisboa, para fazer um balanço do seu mandato, que termina com a realização da XIII Convenção Nacional do partido, agendada para os dias 27 e 28 de maio sob o mote “Levar o país a sério”. O prazo de entrega das moções de orientação à Comissão Organizadora da Convenção termina às 17 horas desta segunda-feira.
Mariana Mortágua é deputada no Parlamento desde 2013, após substituir Ana Drago. Desde então, tem sido uma presença constante nas comissões parlamentares de inquérito à banca e nas discussões do Orçamento do Estado.
Vai provar ao país “o que eu já conheço tão bem”, diz Catarina Martins
Catarina Martins já reagiu à apresentação da candidatura de Mortágua à liderança do Bloco, apontando que “não há quem duvide da preparação, capacidade de trabalho e competência da Mariana”.
“Sei que agora provará ao país o que eu já conheço tão bem: a generosidade e entrega em cada um dos combates por um país mais justo”, afirmou, numa publicação na rede social Twitter.
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Na mesma rede social, o líder parlamentar do BE disse que a moção apresentada por Mariana Mortágua “junta ativismos, convicções e ideias fortes”, da qual tem a “honra” de ser um dos promotores. “A Mariana Mortágua será candidata a coordenadora, conhecendo nós a sua combatividade, sabendo ela que caminhamos juntos. Mais força ao Bloco”, declarou Pedro Filipe Soares.
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(Notícia atualizada pela última vez às 11h47)
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