Bancos perdem mais de 2,5 mil milhões de euros em depósitos. É a maior queda de sempre
Os depósitos caíram 1,4% em janeiro. Foi a maior perda percentual da banca desde agosto de 2017. Esta queda esbate numa subida recorde das subscrições dos Certificados de Aforro no mesmo período.
Em janeiro, o stock de depósitos das famílias caiu 2,5 mil milhões de euros, totalizando 179,9 mil milhões de euros no final do mês. “Trata-se da maior redução de depósitos de particulares desde o início da série estatística, em 1979″, refere o Banco de Portugal em comunicado divulgado esta segunda-feira.
Em termos relativos, é também a maior correção mensal de depósitos desde agosto de 2017, quando o stock de depósitos corrigiu 1,5%. Além disso, é de notar que há três meses consecutivos que a taxa de crescimento mensal do stock de depósitos está a abrandar; e nos últimos seis meses, por três ocasiões (agosto e setembro de 2022, e agora em janeiro de 2023) que o montante aplicado em depósitos registou uma contração.
Fonte: Banco de Portugal.
À queda dos depósitos no primeiro mês do ano não é imune a subida histórica de 14,8% das subscrições líquidas de Certificados de Aforro, num valor global de 2,9 mil milhões de euros.
O fosso cada vez maior entre a taxa de juro dos depósitos praticados pela banca (que em dezembro situa-se nos 0,34%) e a remuneração dos Certificados de Aforro (que sobe ininterruptamente desde janeiro de 2022 de 0,41% até aos atuais 3,5%) está a gerar uma realocação das poupanças das famílias, trocando os cofres dos bancos pela dívida do Estado.
De acordo com dados do Banco de Portugal, por cada 100 euros aplicados em depósitos, os particulares têm hoje aplicado 12,5 euros em Certificados de Aforro. É o rácio mais elevado desde fevereiro de 2011.
Fonte: Banco de Portugal.
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