Novo Banco: Presidente do BCP considera que venda foi “a solução possível”
A venda do Novo Banco foi a "solução possível", disse Nuno Amado, admitindo que o negócio com a Lone Star "vai ter muito provavelmente custos-extra para o Fundo de Resolução".
O presidente do BCP considerou esta quinta-feira que a venda do Novo Banco foi a “solução possível”, porque “o que nasce torto dificilmente se endireita”, e disse esperar que o processo tenha os menores custos possíveis para o setor. À margem da inauguração da exposição “A Pressão da Luz – Uma Viagem de Nuno Cera pela Arquitetura de Álvaro Siza Vieira”, na Galeria Millennium, em Lisboa, Nuno Amado foi questionado pelos jornalistas sobre a venda do Novo Banco ao fundo de investimento norte-americano Lone Star, operação sobre a qual tinha dito a 6 de março que o importante era que esta operação não trouxesse mais custos para o Fundo de Resolução.
"O que nasce torto dificilmente se endireita.”
“Vejo que estava errado. Vai ter muito provavelmente custos-extra para o Fundo de Resolução, e isso não é logicamente uma notícia de que nós gostássemos. Penso que foi a solução possível”, afirmou. O presidente do BCP defendeu que o que “nasce torto dificilmente se endireita e obviamente que o nascimento do Novo Banco foi um nascimento difícil”.
“Imagino que todo este processo é um processo que se irá completar com custos para o setor que eu espero que sejam os menores possível porque acho que é importante para o próprio equilíbrio concorrencial que esses custos sejam o menor possível”, evidenciou. Apesar de não conhecer ainda a solução final, Nuno Amado recordou que “quem vai ficar com os 25% é o Fundo de Resolução”.
“Não lhe sei dar a explicação. Sei que é melhor ficar com 25% do que com zero para as mesmas condições. 25% é melhor que zero e é pior que 50%. É a única coisa que lhe posso dizer”, respondeu, perante as questões dos jornalistas. Interrogado sobre se esta operação ainda pode ter algum obstáculo das instituições europeias, o presidente do BCP foi perentório: “penso que a operação, quando anunciada, tem as condições para ser aprovada, senão não seria anunciada”.
A venda do Novo Banco ao fundo de investimento norte-americano Lone Star foi anunciada em 31 de março pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, em conferência de imprensa, tendo sido explicada horas mais tarde pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro das Finanças, Mário Centeno.
A Lone Star vai realizar injeções de capital no Novo Banco no montante total de 1.000 milhões de euros, dos quais 750 milhões de euros logo no fecho a operação, que deverá estar concluída até ao final do ano, e 250 milhões de euros até 2020, para ficar com 75% do Novo Banco.
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