China antecipa “confronto” se EUA não mudar de atitude
China aconselhou os EUA a mudar de atitude ou será inevitável um confronto. País diz que uma "mão invisível" tem agravado o conflito na Ucrânia e Moscovo esclarece: é a "mão de Washington".
O Governo chinês aconselhou esta terça-feira os Estados Unidos da América (EUA) a mudar a sua atitude “distorcida”, ou o “conflito e o confronto” serão inevitáveis. Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, há uma “mão invisível” que tem contribuído para a escalada do conflito com a Ucrânia, afirmação que Moscovo quis completar, apontando o dedo ao país liderado por Biden.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, considera que os EUA têm tido uma atitude de supressão e contenção do país. Citado pela Reuters a propósito da sua primeira conferência de imprensa desde que lidera a pasta, Qin Gang afirmou que “a perceção e pontos de vista dos EUA relativamente à China estão seriamente distorcidos”.
Para os EUA, a China é o “rival principal e o desafio geopolítico mais consequente. Isso é como colocar erradamente o primeiro botão da camisa”, partilhou o político chinês.
Segundo a Reuters, as relações políticas entre as duas potências têm estado tensas há vários anos, situação que se agravou ainda mais com a invasão russa da Ucrânia e, em especial, quando os EUA abateram um balão chinês (alegadamente usado para espionagem) que sobrevoava o país norte-americano.
Para Qin Gang, é necessário que os EUA “pisem o travão” e moderem as suas ações: “Se os EUA não pisarem o travão e continuarem a acelerar na direção errada, nenhuma proteção poderá impedir o descarrilamento e haverá, certamente, conflito e confronto”.
De acordo com o ministro chinês, o país liderado por Biden tem de “parar de interferir nos assuntos internos” da China, respeitando a soberania do país. “Porque é que não respeitam a soberania da China na questão de Taiwan, mas exigem que mostremos respeito pela soberania da Ucrânia?”, questionou.
EUA são “mão invisível” que tem agravado a guerra
Abordando a questão do conflito armado na Ucrânia, Qin Gang declarou que uma “mão invisível” tem contribuído para a escalada da guerra para “servir certas agendas geopolíticas”. Optando por não especificar a que país se referia, o político reiterou apenas a vontade da China em dialogar para pôr fim ao conflito.
O ano passado, a China anunciou uma parceria “sem limites” com a Rússia e Qin Gang veio novamente confirmá-la, dizendo que, à medida que os tempos turbulentos aumentam, é necessário desenvolver as relações com Moscovo, avança a Reuters.
Em resposta à afirmação de Qin Gang, e com vontade de clarificar quem consideram estar por detrás do conflito, Moscovo afirmou que não há uma “mão invisível” a contribuir para a escalada da guerra, mas sim a “mão” dos EUA.
“Aqui temos de discordar dos nossos camaradas chineses. Isto é, claramente, uma piada. Não há aqui uma mão invisível, mas sim a mão dos Estados Unidos; a mão de Washington”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado pela Reuters. E concluiu: “Washington não quer que esta guerra acabe. Washington quer e irá fazer todos os possíveis para que a guerra continue. Esta é a mão invisível”.
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