S&P mantém inalterado rating de Portugal
A agência de notação financeira não mexeu nem no rating nem no outlook da dívida soberana portuguesa.
A Standard & Poor’s (S&P) deixou esta sexta-feira inalterado o rating da dívida portuguesa, em BBB+, com perspetiva “estável”. A decisão era já esperada uma vez que, em setembro passado, a agência norte-americana tinha revisto em alta a notação de Portugal, dado o “forte crescimento económico do país”.
Na nota da avaliação, a S&P antecipa que Portugal apresente excedentes orçamentais primários “nos próximos anos”, o que vai ajudar a reduzir o rácio da dívida pública para abaixo de 100% do PIB. A agência avisa, no entanto, que as taxas de juro mais elevadas vão pesar no serviço da dívida português.
A evolução da dívida portuguesa continua a ser o indicador a que agência dá mais atenção, ao alertar que uma inversão na trajetória de redução da dívida pode levar a uma decisão negativa para o rating de Portugal. Esse cenário não é de excluir, indica, num cenário de estagflação na Europa que afete as exportações portuguesas, ao mesmo tempo que o aumento dos preços prejudica o consumo privado.
Pelo contrário, uma diminuição das necessidades de financiamento externo ou da dívida externa no curto prazo seriam argumentos para a S&P melhorar a notação de Portugal.
A S&P confia no “histórico de prudência orçamental” do Governo para reduzir a dívida pública para menos de 100% do PIB em 2024 e 93% em 2026 e uma descida do défice para 1,1% do PIB este ano, “mais lentamente do que o previsto pelo Governo” – com a agência a avançar que os atuais apoios à economia, na ordem dos 1,6% do PIB, podem aumentar “ligeiramente”.
Para a agência, as “perspetivas de médio prazo permanecem fortes” apesar de antecipar uma desaceleração do crescimento português em 2023 e um aumento “ligeiro” do desemprego. Os “substanciais fundos da UE, ou cerca de 26% do PIB injetados entre 2021-27, vão estimular o investimento e apoiar a atividade económica”, refere a nota.
Mas, apesar da resistência da económica do país, “os riscos mantêm-se substanciais”, sobretudo dado o contexto geopolítico e nacional. A S&P faz questão de sublinhar a saída de 11 ministros e Secretários de Estado no primeiro ano do mandato do Governo e admite que uma nova fase de crise política abre a porta a convocação de eleições antecipadas.
A agência salienta ainda “a conclusão bem-sucedida em dezembro de 2022 da reestruturação do Novobanco”, o que significa que deixará de solicitar fundos ao Estado.
No primeiro exame do ano, no final de janeiro, também a agência de notação financeira DBRS decidiu manter o rating de Portugal em A (baixo), com tendência “estável”. No próximo mês, a 14 de abril é a vez da Fitch decidir sobre a notação do país.
(em atualização)
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