Pizarro pede a Bruxelas que tome “medidas conjuntas” para combater escassez de medicamentos
Ministro salienta que a escassez de medicamentos é um problema europeu e que está a ser trabalhada uma nova estratégia que torne a UE "autossustentável" do ponto de vista da produção de medicamentos.
O ministro da Saúde insta a Comissão Europeia a “adotar medidas conjuntas” para evitar a escassez de medicamentos, nomeadamente dos antibióticos, cuja venda aumenta nas épocas de inverno. Manuel Pizarro sinaliza ainda que este não é um problema exclusivo de Portugal, mas “de toda a Europa” e quer que a União Europeia se torne “autossustentável” do ponto de vista da produção de medicamentos.
“Chamámos a atenção da Comissão Europeia para a necessidade de adotar medidas conjuntas que previnam em alguns casos a escassez de medicamentos, em períodos onde isso possa ser mais expectável”, afirmou o ministro da Saúde, em declarações a partir de Bruxelas transmitidas pela RTP3. “É o caso de certos antibióticos”, acrescentou, precisando que nas épocas de inverno, o consumo destes medicamentos tende a aumentar.
O governante sublinha ainda que a escassez de medicamentos é um problema que “afeta toda a Europa” e aponta que o bloco comunitário está a “trabalhar numa nova estratégia farmacêutica da UE que torne a UE autossustentável do ponto de vista da produção industrial de medicamentos”.
Para colmatar a dificuldade no acesso de medicamentos e evitar ruturas de stock, o Governo avançou com a revisão dos preços dos medicamentos mais baratos. Além disso, será criada uma lista de medicamentos essenciais críticos, “cuja disponibilidade será monitorizada de forma particular e em relação aos quais serão tomadas medidas específicas que podem incluir a revisão excecional de preço”. Paralelamente, o Infarmed tem ainda uma lista de medicamentos cuja exportação está suspensa temporariamente.
Questionado sobre as críticas ao plano de reorganização das urgências pediátricas de Lisboa e Vale do Tejo, que foi divulgado na segunda-feira, Manuel Pizarro desvaloriza referindo que não considera que “haja uma contestação generalizada” e que o modelo adotado é “até bastante mais moderado do que muitas propostas técnicas” pedidas. Este modelo “procura assegurar o que nos parece essencial: urgências com qualidade e segurança e que as pessoas possam ter previsibilidade na forma o sistema funciona”, explica.
O ministro sinaliza ainda que “as mudanças são sempre momentos de certa perturbação” e que no caso dos serviços de urgência geral e de urgência pediátrica haverá ainda que fazer “um grande trabalho para que as pessoas procurem outras portas que não o serviço de urgência”. “Se o SNS fosse capaz de de oferecer outras alternativas [os utentes] precisariam de ir a urgência”, afirmou, numa alusão à falta de resposta dos cuidados de saúde primários.
Já sobre o caso particular da urgência pediátrica do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, — que para além de não funcionar no período noturno, continuará encerrada também ao fim de semana até 30 de junho — Manuel Pizarro sublinha que “não foi uma decisão organizativa e política que conduziu ao encerramento”, mas “a carência de profissionais, nomeadamente de pediatras” e espera que ainda seja possível reverter a decisão, pelo menos relativamente ao fecho aos fins de semana.
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