Dona do Continente insiste que baixou margens para “suportar parte da pressão inflacionista”
Cláudia Azevedo assume que negócios do retalho estão a absorver parte da inflação para que famílias não paguem ainda mais nas idas ao supermercado.
A dona do Continente garante que está a baixar as margens de negócio para absorver parte da subida da inflação no preço dos alimentos. A líder da Sonae, Cláudia Azevedo, volta a responder às declarações do Governo, que na última semana tem levantado o cenário de especulação de preços nos supermercados.
Em 2022, o grupo Sonae teve mais 27,7% de lucros, para 342 milhões de euros. Contudo, no negócio dos supermercados, sob a marca Sonae MC, os resultados positivos caíram 17,8%, para 179 milhões de euros, e a margem de EBITDA recuou 1,3 pontos percentuais, para 9,5%.
“Para evitar uma maior sobrecarga nos orçamentos familiares, os nossos negócios de retalho suportaram parte da pressão inflacionista, à custa da sua própria rentabilidade”, refere Cláudia Azevedo na mensagem que consta da apresentação dos resultados relativos a 2022.
As contas do grupo Sonae revelam uma subida de 10,9% do volume de negócios para mais de 7,7 mil milhões de euros, como resultado de ganhos de quota de mercado das suas operações, mas também dão nota de uma queda de 41 pontos base da margem EBITDA subjacente (margem de lucro operacional) de 8,6% para 8,2%, “com os negócios a suportarem parte da pressão inflacionária e do aumento significativo de custos, nomeadamente de energia, e a investir para garantir a competitividade das suas ofertas.”
Para evitar uma maior sobrecarga nos orçamentos familiares, os nossos negócios de retalho suportaram parte da pressão inflacionista, à custa da sua própria rentabilidade.
Esta é a segunda vez que Cláudia Azevedo se pronuncia sobre os preços nos alimentos. Há uma semana, poucas horas depois de ouvir o ministro da Economia falar num “comportamento completamente dissonante” na evolução dos preços nos supermercados, a presidente executiva da Sonae, que detém o Continente, descreveu que está em curso “uma campanha de desinformação sobre as causas da inflação alimentar, com danos gravosos para a reputação do setor da distribuição alimentar”.
“Sendo certo que o nível de inflação dos produtos alimentares tem sido mais elevado do que a inflação média geral, a verdade é que se trata de um fenómeno global e com causas bem identificadas e associadas às cadeias de produção. Os culpados da inflação não são os hipermercados / supermercados”, escreveu Cláudia Azevedo na missiva enviada aos trabalhadores.
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