Mourinho Félix defende “mix” de empréstimos e subvenções para aumentar investimento na Europa
O vice-presidente do BEI defende que a Europa deve colmatar o hiato em termos de investimento face aos EUA, já que “continua atrasada nesta matéria”.
“A Europa deve estar preparada e competir de forma justa com os Estados Unidos” para estimular o investimento e responder “com igualdade de condições” à Lei da Inflação norte-americana, defende o vice-presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI) em entrevista ao El Economista (acesso livre, conteúdo em espanhol). Ricardo Mourinho Félix acredita que a Europa deve colmatar o hiato em termos de investimento face aos EUA, já que “continua atrasada nesta matéria”.
“O ideal seria um mix de empréstimos e subvenções de tal forma que o custo de financiamento seja suficientemente baixo para que o setor privado possa assumir risco que tenderia a não assumir de outra forma”, explicou o ex-secretário de Estado do Tesouro. “O BEI pode pôr no mercado os empréstimos necessários. É esse o nosso trabalho”, acrescentou.
Sublinhando que a Europa está confrontada com a concorrência no mercados internacionais, seja da China, “que compete de forma muito agressiva”, seja dos Estados Unidos, agora com “um grande programa de subvenções e empréstimos”, Mourinho Félix lembra que este tipo de programas tem vantagens e desvantagens competitivas e que o recurso às ajudas de Estado deve ser feito preservando sempre a “integridade do mercado interno”.
Agir de forma coordenada é o segredo sucesso deste tipo de abordagem diz o vice-presidente do BEI. “Se não houver uma resposta coordenada, podemos entrar em concorrência entre Estados-membros. Alguns países têm mais margem orçamental e podem utilizar mais ajudas públicas. Os que não a têm ficam para trás. Este não é o caminho da convergência”, alerta.
“Qualquer quadro de ajudas públicas deve contar com fundos que permitam a todos os Estados utilizá-lo nas mesmas condições. Caso contrário há uma distorção da igualdade de condições e cria-se um problema”, concluiu.
O vice-presidente do BEI defende ainda que a Europa “deve criar capacidade de produção para não depender de certos países”, à semelhança do que aconteceu durante a pandemia e que acabou por forçar as empresas a fazer uma adaptação rápida para produzir álcool gel, máscaras e viseiras, por exemplo.
Também para reduzir dependências, mas neste caso energéticas, o BEI tem sofrido uma alteração da sua carteira de investimentos, com uma aposta muito maior nas energias renováveis.
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