Fundo de reserva da Segurança Social “perde” quase tudo o que investiu no Credit Suisse

Dos 2,7 milhões de euros investidos no Credit Suisse restam apenas 222 mil na carteira do fundo de reserva do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social. Trata-se de uma "perda" de 96%.

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) apresentava, no final de 2021, uma exposição de apenas 1,5 milhões de euros ao Credit Suisse, segundo o último relatório e contas do fundo de reserva da Segurança Social.

O investimento no histórico banco suíço que colapsou na semana passada pesava 0,006% na carteira de 23,2 mil milhões de euros do FEFSS, espelhando uma posição praticamente irrelevante, como referiu há dias Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

No entanto, as contas do FEFSS revelam que o Credit Suisse tem tido um impacto negativo na carteira do fundo da Segurança Social há vários anos. Até 2021, por exemplo, a posição do Credit Suisse acumulava perdas potenciais de 1,3 milhões de euros no portefólio do fundo.

Entre as quase 150 posições diretas em empresas, a posição no Credit Suisse era a terceira no ranking dos piores investimentos acionistas do fundo. Apenas era superada pelas perdas potenciais (desvalorizações das posições acionistas) de dois milhões de euros dos investimentos na petrolífera BP e no banco HSBC.

Assumindo que a gestão do FEFSS não aumentou nem reduziu a exposição ao Credit Suisse no último ano (tal como aconteceu em 2021), as perdas potenciais com o investimento no banco suíço até esta segunda-feira são praticamente totais: de um investimento inicial de 2,77 milhões de euros, sobram 119 mil euros, já considerando o rácio de troca de 22,48 ações do Credit Suisse por uma do UBS, acordado no negócio da compra do banco pelo UBS. Trata-se de uma perda de 96%.

No passado dia 17 de março, a ministra da tutela foi questionada sobre a exposição do fundo da Segurança Social ao Credit Suisse. Ana Mendes Godinho respondeu “que, de facto, a exposição é mínima ou ínfima”, devido a “uma grande capacidade de diversificação das próprias aplicações”. “É isso que temos sempre de salvaguardar através do Fundo de Estabilização que é exatamente a não dependência excessiva do mercado”, acrescentou.

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