“Palavra de ordem” é descer os preços, afirma Centeno
O governador do Banco de Portugal frisa que “não é possível continuar a sustentar os mesmos preços" depois da descida dos custos com as matérias-primas e com a energia.
Com a descida dos preços das matérias-primas e dos custos com a energia a “palavra de ordem” é “mitigar e anular todos os efeitos que possam pressionar os preços”, avisou Mário Centeno. O governador do Banco de Portugal avisou que “não é possível continuar a sustentar os mesmos preços com esta realidade”, porque é assim que a inflação e os aumentos de preços “se tornam persistentes”.
Durante um almoço da Associação de Hotelaria de Portugal, esta segunda-feira, Mário Centeno – que falou pela primeira vez desde a crise na banca – avisou ainda que, no imediato, os aumentos salariais e das margens de lucro podem parecer vantagens mas que a médio prazo é “mau para todos”, para trabalhadores e para acionistas, porque provocam inflação e implicam que os bancos centrais tomem medidas para as combater, através da subida das taxas de juro.
“O aumento de um ponto percentual seja salários seja em margens de lucro coloca uma pressão sobre a inflação que, por sua vez, coloca pressão sobre as decisões dos bancos centrais. No curto prazo parece que estamos todos a ganhar – nós [banco central] fazemos a nossa parte porque aumentamos a taxa de juro, empresas e trabalhadores ganham mais um ponto percentual de margens ou salários –, mas a verdade é que no médio prazo vamos perder todos”.
Centeno disse ainda que os bancos centrais “gostam muito de falar de salários e que é necessário de haver contenção na transmissão da inflação aos salários”, considerando que “estão certos” porque é necessário evitar espirais inflacionistas pela via dos custos.
Sobre as taxas de juro, Centeno disse que “subiram muito e demasiado rápido” face a um cenário normal mas que o BCE foi “obrigado a fazê-lo” pelo efeito externo do surto inflacionista.
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