BEI financia EGF em 100 milhões de euros para aumentar recolha de resíduos em Lisboa

Este é o terceiro empréstimo do BEI concedido à entidade gestora de resíduos de Lisboa. Montante servirá para aumentar recolha e tratamento de resíduos dos municípios da capital.

O Banco Europeu de Investimento (BEI) concedeu à EGF, a empresa responsável pelo tratamento e valorização de resíduos urbanos dos municípios de Lisboa, um empréstimo de 100 milhões de euros.

O financiamento concedido e anunciado esta quinta-feira, em Lisboa, permitirá melhorar e aumentar a recolha seletiva de resíduos urbanos e modernizar os centros de triagem e de valorização orgânica da empresa da capital. Além disso, sublinham o BEI e a EGF, este financiamento permitirá cumprir as metas do recém aprovado e anunciado Plano Estratégico Nacional para os Resíduos Urbanos (PERSU 2030) — que não foi, contudo, ainda apresentado e tornado público.

“É um momento de grande alegria e de sensação de dever cumprido, termos sido capazes de reunir as capacidades e competências para concretizar este contrato”, afirmou esta manhã, Emídio Pinheiro, presidente do Conselho de Administração da EGF, frisando ser também uma “grande responsabilidade” concretizar este novo financiamento.

Segundo o responsável, com este montante vão ser financiados alguns projetos visados no plano de investimentos até 2024, no valor de 202 milhões de euros, nomeadamente, o aumento da recolha e tratamento de biorresíduos, a melhoraria dos aterros sanitários e renovação dos centros de triagem e as estações de tratamento de águas residuais (ETAR).

Este é o terceiro empréstimo concedido à EGF. Entre 2019 e 2021, o BEI disponibilizou 75 milhões de euros à EGF, facilitando a construção de novas unidades de valorização de resíduos em todo o país. Nos últimos anos, a entidade comprometeu-se em financiar a implementação da recolha seletiva e de novos processos de valorização de resíduos, bem como para a implantação de novas tecnologias industriais e de instalações mais modernas.

Para Mourinho Félix, vice-presidente do BEI, a gestão de resíduos é uma “área prioritária do banco“, que tem no topo da agenda a descarbonização e a neutralidade carbónica no bloco europeu, até 2050. “Damos prioridade a projetos que promovam a economia circular e promovam a gestão de resíduos”, declarou esta manhã, sublinhando que o setor é crucial para proteger a saúde pública e o meio ambiente.

“Reciclamos apenas um terço do lixo que produzimos (32%). Estamos abaixo da média europeia“, alertou Mourinho Félix.

Em 2017, os 27 Estados-membros, chegaram a acordo para impor o objetivo de reciclagem obrigatória de resíduos urbanos, que deverá crescer gradualmente até atingir os 65% em 2035, devendo atingir antes uma percentagem de 55% em 2025, 60% em 2030. “Temos um caminho longo a fazer até 2030”, concluiu o número dois da liderança do BEI.

Além de ser necessário aumentar a capacidade de reciclagem, Portugal tem que reduzir a quantidade de resíduos que envia para aterro. Até 2035, os 27 Estados-membros têm que atingir a meta de 10% dos resíduos urbanos em aterros sanitários, mas em 2021, de acordo com os dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Portugal registou uma taxa deposição de resíduos urbanos em aterro de 53%.

Questionado se serão necessários mais empréstimos nesse sentido, Mourinho Félix deixa claro que sim, sublinhando que “a distância que temos até 2030 e 2035 é muito significativa”. “Se vamos atingir estes objetivos, temos que aumentar a capacidade de tratamento e reciclagem de resíduos. Vai ser necessário investir“, vincou.

Segundo as estimativas do banco, o valor global afeto ao setor em Portugal desde 1987 está perto de 700 milhões de euros, tendo contribuído para uma atividade de gestão de resíduos mais sustentável no país e para a qualidade de vida dos seus cidadãos.

O plano de investimentos bianual da EGF (2022-2024 está avaliado em 202 milhões de euros e além de contar com o financiamento do BEI, soma ainda o apoio de 28 milhões do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) e 71 milhões de euros provenientes de outras fontes de financiamento.

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