UPS chegou com o Brexit e já tem 130 corretores no Porto
Criado em janeiro de 2021, o centro de corretagem da empresa de logística no Porto conta com 130 trabalhadores e tem o Reino Unido como principal mercado e dá apoio ao mercado ibérico.
Foram as ondas do Brexit que aceleraram o grupo UPS em Portugal. Desde janeiro de 2021 que o grupo logístico dos Estados Unidos conta com um centro de corretagem na cidade do Porto, que tem o Reino Unido como principal mercado, mas que também ajuda no envio de mercadorias da Península Ibérica para outros países. A UPS garante que até ao final deste ano vai apresentar novos investimentos para o mercado português.
Por agora, há uma equipa de 130 pessoas que, a partir do Porto, adianta os pagamentos das tarifas alfandegárias junto do Estado português. “Procedemos à tramitação administrativa, em nome do cliente para pagamento dos impostos de quando as mercadorias entram na União Europeia”, detalha Sandro Pinto, responsável pelo escritório em Portugal. A UPS, depois, cobra ao cliente o imposto pago ao Estado. “Temos um risco e assumimo-lo”, acrescenta o mesmo responsável.
O processo é tratado enquanto a encomenda viaja da origem ao destino, garantindo a entrega no tempo de chegada previsto. As 130 pessoas deste escritório estão dedicadas exclusivamente à parte alfandegária. “Contactamos o cliente para pedir informação, solicitamos a documentação oficial — e extraordinária, conforme a mercadoria –, temos um departamento que trata da relação com o consumidor; todos os processos administrativos que gerem os serviços”, concretiza Sandro Pinto.
O escritório começou com 38 funcionários, mas logo em meados de 2021 cresceu para 130 pessoas. O Brexit foi um dos motivos para abrir estas instalações, mas “não se justificou só por isso”, nota o português. “Há muitas oportunidades em Portugal e em Espanha. Nos primeiros dois meses de 2023, o volume de encomendas expedidas aumentou 12,7%, face ao mesmo período de 2022, e o número de declarações aduaneiras cresceu 18,9% no mesmo período“, acrescentou.
Nos dias úteis, o centro de corretagem do Porto funciona 24 horas por dia. “Só não há ninguém a trabalhar das 18h de sábado até às 23h de domingo”. Para já, quase todos os trabalhadores estão em regime presencial, embora “esteja a ser implementado” um modelo de teletrabalho. “Conforme a tarefa a fazer, o trabalhador poderá ter maior participação em casa”, nota Sandro Pinto.
Por conta do crescimento do mercado ibérico, a UPS prepara-se para apresentar novos investimentos em Portugal até ao final deste ano. “O mercado dos Estados Unidos está a crescer bastante e contribuiu para uma maior atenção da UPS sobre o mercado português”, sinaliza o responsável pelo escritório.
Trotinetas entregam encomendas nas cidades
O grupo UPS está registado em Portugal há 30 anos. Em 2005, abriu as primeiras instalações de carga junto ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto. Atualmente, além do centro de corretagem e das instalações de carga, o grupo norte-americano tem dois centros operacionais para pequenas encomendas. Em todo o país há ainda 470 pontos de levantamento de encomendas feitas na internet. Atualmente, os clientes empresariais são de diferentes setores, contrariando o domínio que o setor têxtil registava há dez anos.
A empresa logística utiliza sobretudo carrinhas, camiões e aviões para cumprir os prazos junto dos clientes. Apesar de ser mais sustentável, o comboio está fora da rota por questões técnicas. “É um problema de infraestrutura ferroviária, que não garante as horas de chegada das encomendas. Não podemos correr esse risco”, justifica a líder da UPS para a Península Ibérica, Romina Lorenzo.
Para poluir menos, as atividades terrestres vão passar a utilizar 40% de fontes alternativas de energia até 2025 e as instalações em Portugal são alimentadas exclusivamente por fontes renováveis. Nas cidades de Porto, Lisboa e Aveiro, a UPS utiliza ainda trotinetas para entregar encomendas mais pequenas, por conta das ruas mais estreitas, onde as habituais carrinhas castanhas e amarelas não conseguem passar.
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