É preciso agir de “forma decisiva” para proteger democracia, defende António Costa
Na Cimeira da Democracia, o primeiro-ministro afirmou que "nenhum país será próspero, inclusivo, pacífico e desenvolvido sem uma sociedade livre, sem cidadãos livres".
O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta quarta-feira na Cimeira para a Democracia, nos Estados Unidos, que é preciso proteger a democracia para preservar a liberdade e fortalecê-la de dia para dia, agindo de “forma decisiva” e investindo na educação.
António Costa participou através de uma mensagem por vídeo na Cimeira para a Democracia promovida pelo Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, para a qual convidou líderes de 121 países, incluindo Índia e Israel, cujos dirigentes se defendem de críticas que os acusam de retroceder os direitos nos seus estados. Na mensagem, o chefe do Governo português afirma que “nenhum país será próspero, inclusivo, pacífico e desenvolvido sem uma sociedade livre, sem cidadãos livres”.
“Poderá haver várias formas de se alcançar a liberdade, mas há apenas uma forma de a preservar e garantir verdadeiramente, através da democracia. É por essa razão que devemos proteger a democracia e fortalecê-la de dia para dia, nunca a deveremos tomar como garantida”, sustentou.
Sublinhando que “as democracias são constantemente desafiadas”, António Costa apontou as ameaças que enfrentam atualmente e que “são claras”: “A desigualdade crescente, as fake news [notícias falsas] e o discurso de ódio alimentam a escalada de populismos perigosos em todo o mundo.
Para combater estas ameaças, defendeu que é preciso “agir de forma decisiva” e investir-se “antes de mais” na educação: “Não haverá sociedades livres e democráticas sem cidadãos conscientes e que pensem de “forma livre. Uma educação de qualidade é crucial para o alcançar”. Por este motivo, defendeu que deve encorajar-se os jovens a continuar os estudos e democratizar o acesso ao ensino superior.
“Temos de garantir que os nossos cidadãos, especialmente os mais jovens, detêm as ferramentas para viver a sua vida no potencial máximo para transformar as nossas sociedades através da inovação e construir um futuro melhor”, vincou. Por outro lado, defende, “devemos igualmente combater as desigualdades crescentes entre os nossos cidadãos e entre nações”, para “vencer o populismo”.
“Temos de retirar as pessoas da situação de pobreza, mas devemos igualmente garantir que todos podem usufruir de uma vida digna com acesso à educação, emprego e habitação, e que cada cidadão possa alcançar o equilíbrio certo entre a sua vida pessoal e profissional”.
Por último, defendeu ainda serem necessárias “democracias fortes” para fazer face a alguns dos “maiores desafios” atuais, como as alterações climáticas que “são também uma causa de erosão democrática”, afetando a vida quotidiana de milhões de pessoas pelo mundo, com impacto a nível da segurança alimentar, além de gerar conflitos e forçar pessoas a migrar.
“A transição para economias neutras em carbono é fundamental, mas temos de garantir que será justo e inclusiva, especialmente para como os mais vulneráveis. Não devemos deixar ninguém para trás”, disse, rematando: “através da nossa ação coletiva teremos democracias mais fortes e mais liberdade”.
Além dos Estados Unidos, os outros anfitriões desta segunda edição da cimeira são a Costa Rica, a Coreia do Sul, a Zâmbia e os Países Baixos. O encontro este ano, que decorre até quinta-feira, inclui eventos em formato virtual e presencial, estes últimos agendados para as capitais dos cinco países envolvidos na organização.
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