“Temos de ajudar o ministro da Economia”, defende Ana Abrunhosa

Três ministros vieram ao Porto participar no Fórum Jovem Empreende Portugal, organizado pela ANJE. Jovens empresários querem ser mais ouvidos na sociedade e dentro das empresas.

Três ministros vieram ao Porto receber formalmente a carta de recomendações para uma política pública para a juventude. Decorreu nesta terça-feira o Fórum Jovem Empreende Portugal, organizado pela Associação Nacional de Jovens Empresários, e que serviu para os três governantes defenderem um maior papel dos jovens na sociedade.

Criar, atrair e reter talento; diminuir a burocracia; aumentar a participação cívica e empresarial dos jovens; conferir literacia financeira e empreendedora nas escolas; comunicar com e para os jovens; e realizar a transição geracional dos decisores. Estes são alguns dos problemas identificados como “urgentes” pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) e que devem ser “premissas” para uma política pública para a juventude.

A ocasião também serviu para a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, sair em defesa do colega de Governo António Costa Silva. “O senhor ministro [da Economia] é uma pessoa maravilhosa, a todos os níveis. Temos de o ajudar a concretizar a sua visão para o país”, referiu a governante durante a sua intervenção no fórum.

Durante o seu discurso, Ana Abrunhosa também sinalizou que “é necessário” mudar as “estruturas piramidais” no processo de tomada de decisão. “As nossas empresas e organizações são profundamente hierarquizadas. A voz dos jovens não é ouvida. Se não for incorporada nas decisões, as coisas não mudam. Os jovens têm de ter voz”, insistiu a responsável pela pasta da Coesão Territorial.

Antes disso, o colega da Economia sinalizou: “Temos de pôr os jovens a pensar sem caixa.” António Costa Silva considerou que o país “não vai ter futuro se não soubermos reinventar a nossa economia”.

A titular da pasta da Juventude, Ana Catarina Mendes notou que a política de juventude “tem de ser olhada de forma transversal, entre vários ministérios”. A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares considerou que o país tem de ser “olhado como um todo” e não apenas para as áreas metropolitanas.

Quem também assistiu aos discursos foi o presidente da câmara do Porto. Rui Moreira notou que “há mais jovens a fundarem empresas e as universidades têm ecossistemas de inovação” mas persistem problemas como “a carga fiscal pesada, os elevados custo de contexto, a desconexão entre empresas e universidades e o castigo ao insucesso empresarial”. O autarca afirmou mesmo: “em Portugal, a pessoa que tem o primeiro insucesso fica com uma marca para o resto da sua vida“.

No final, Ana Catarina Mendes defendeu que os jovens têm de começar as mudanças dentro das empresas. “Perguntem se os trabalhadores ajudem a decidir ou se há comissões de trabalhadores e sindicatos. É aí que começa o centro de decisão. É aí que começa a mudança”, exortou a ministra dos Assuntos Parlamentares.

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