Portugal quer captar investimento sul-coreano em semicondutores e energias renováveis
Governo português quer impulsionar investimento e cooperação económica com a Coreia do Sul nos semicondutores, desde a investigação à montagem, e nas energias renováveis.
O Governo português quer impulsionar o investimento e a cooperação económica com a Coreia do Sul nos semicondutores, desde a investigação à montagem, e nas energias renováveis – dois setores em acelerada expansão naquele país asiático.
Estes serão dois dos principais alvos da comitiva do Governo português, liderada pelo primeiro-ministro, António Costa, que chega a Seul a meio da manhã de terça-feira para uma visita de dois dias à Coreia do Sul — país que é a décima maior economia do mundo e a quarta da Ásia, após a China, o Japão e a Índia.
Em relação ao mercado dos semicondutores, durante a sua presença em Seul, António Costa vai visitar a Hynix e terá também uma reunião com responsáveis da Samsung Eletronics. Estas duas empresas controlam 70% da oferta de chips de memória, ocupando os segundo e terceiro lugares no ranking dos maiores fabricantes do mundo.
Fonte do executivo português assinalou à agência Lusa que a Coreia do Sul aposta em tornar-se uma potência global de chips de memória e não-memória, através de uma política de incentivos fiscais e subsídios estatais aos fabricantes de microchips.
“A Samsung Electronics, por exemplo, já anunciou que investirá um total de 151 mil milhões de dólares norte-americanos nos setores do chip lógico e de fundição até 2030. Esta é uma das áreas de interesse para Portugal que dispõe de uma das maiores plataformas de embalagem, montagem e testes de semicondutores da Europa. O intercâmbio de investigadores e engenheiros é igualmente considerado”, referiu a mesma fonte.
Ao nível das energias renováveis, pela parte nacional, refere-se que a Coreia do Sul anunciou em 2020 um pacote de investimento de 54 mil milhões de euros em tecnologias verdes e energias limpas, a par dos objetivos de produzir entre 30 a 35% da eletricidade a partir de energias renováveis até 2040 e da eliminação progressiva da energia nuclear.
Em matéria de investimentos de empresas sul-coreanas em Portugal, ainda neste domínio das energias renováveis, destaca-se a CS Wind, que é a maior fabricante mundial de torres eólicas e que passou a deter 100% da ASM Industries – uma referência nacional na produção de torres eólicas e fundações offshore.
A Hanwha Q Cells, empresa que será visitada pelo primeiro-ministro ao início da tarde de terça-feira, foi uma das vencedoras do segundo leilão solar em Portugal, ganhando seis dos doze lotes a concurso, para desenvolver projetos fotovoltaicos no Alentejo e no Algarve.
O Governo português realça também a importância de outros investimentos sul-coreanos em Portugal, como o da NPS (serviço nacional de pensões da República da Coreia), que faz parte do consórcio que adquiriu 81% da Brisa; e a Hanon Systems, presente em Palmela e que anunciou investimento de 48,3 milhões de euros na produção de compressores de ar condicionado para carros elétricos.
Outros investimentos considerados relevantes são os da Borgstena, que detém uma unidade de produção em Nelas, no distrito de Viseu, e que produz têxteis para o setor automóvel; e a YUDO, que atua no setor dos moldes e plásticos e tem uma unidade de produção na Marinha Grande.
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