FMI pede mais cooperação internacional para acelerar transição energética
FMI defende ser fundamental a colaboração entre instituições financeiras internacionais e os bancos nacionais para o financiamento de projetos e tecnologias determinantes para a transição energética.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a “fragmentação do mundo” vai ser um dos principais desafios para a concretização da transição energética, sublinhando que em matéria de combate à crise climática “o trabalho coletivo, internacional” é fundamental para o alcance das metas.
“Um mundo fragmentado vai dificultar o combate às alterações climáticas e a transição energética. Não só em termos de financiamento mas também em termos de matérias-primas criticas” pois podem comprometer as cadeias de abastecimento, considerou o diretor-geral adjunto do FMI, Bo Li, esta terça-feira, durante um painel num seminário da entidade dedicado ao financiamento climático e à segurança energética.
“Urgimos os países a unirem-se. A transição energética exige um trabalho coletivo, internacional. Temos que trabalhar juntos“, ressalvou.
Durante a sua intervenção, Bo Li sublinhou ainda que além de ser necessária a cooperação internacional, entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, é fundamental uma colaboração entre instituições financeiras internacionais e os bancos nacionais para o financiamento de projetos e tecnologias determinantes para acelerar a transição energética. “Precisamos de uma ação holística neste campo”, defendeu.
Quanto ao valor do investimento necessário para alcançar a neutralidade carbónica prevista para 2050 e manter a temperatura global abaixo dos 1,5 graus Celsius, como prevê o Acordo de Paris, Tim Gould, economista-chefe da Agência Internacional de Energia (AIE), estima que serão necessários 4 biliões de dólares até ao final da década, num estudo de 2021.
“Para atingir emissões líquidas zero até 2050, o investimento anual em energia limpa a nível mundial terá de mais do triplicar até 2030, para cerca de 4 biliões de dólares“, aponta o responsável, explicando que a AIE acompanhou os investimentos no setor energético e que, desde 2021, esse valor tem-se situado perto dos 1,4 biliões de dólares.
No entanto, esse valor não é generalizado. “Existe uma distribuição desigual deste investimento. A maioria vem da China. Precisamos de uma maior participação dos países em desenvolvimento. Estamos a ver progressos, mas precisamos de muito mais“, assume.
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