Clube dos Pequenos Acionistas confirmam que não vão vender na OPA sobre a Sonaecom
Desde que a Sonae anunciou a OPA sobre as ações não detidas da Sonaecom, o Clube dos Pequenos Acionistas tem vindo a reiterar que o preço oferecido "é injustificado" e que "não é de considerar".
A Maxyield – Clube dos Pequenos Acionistas reiterou esta quarta-feira que os 2,50 euros por ação oferecidos pela Sonae na Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Sonaecom são um valor “baixo”, aconselhando os seus associados “a não vender”.
“Nestas condições, a Maxyield, registada na CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários] como associação de defesa dos investidores, aconselha os seus associados a não vender as suas ações na situação de OPA, cuja condição de sucesso (obtenção de capital superior a 90%) por ora não se dá por adquirida”, lê-se numa “posição final” divulgada esta quarta-feira em comunicado.
Notando que, “em caso de aquisição potestativa, o valor a receber é mais elevado, pois encontra-se livre de encargos, comissões e impostos, ao contrário da fase da OPA em que são suportados pelo acionista”, a Maxyield sustenta que “o funcionamento do mercado garante a existência de compradores da ação em contexto posterior à Oferta“.
Em 21 de dezembro do ano passado, a Sonae anunciou uma OPA sobre as ações não detidas da Sonaecom, com uma contrapartida de 2,50 euros por ação, sendo que a Maxyield tem vindo desde então a reiterar que o preço oferecido pela Sonae nesta operação “é injustificado” e que “não é de considerar”. “A contrapartida oferecida não é justa nem equitativa, pelo que o preço não é de considerar”, tem vindo a repetir.
Agora, e tendo por base as contas auditadas de 2022 da Sonaecom, divulgadas no passado dia 3, e que “permitem apurar de forma clara o valor patrimonial da companhia”, o Clube dos Pequenos Acionistas sustenta que “o seu património é superior quatro euros por ação”.
“Encontram-se confirmadas todas as posições públicas tomadas pela Maxyield sobre a OPA geral e voluntária da Sonae SGPS sobre a Sonaecom, designadamente o baixo preço da Oferta”, sustenta, considerando que, “com a consolidação da resolução do acordo para social entre os acionistas da ZOPT e detenção de 26,07% do capital da NOS, a Sonae revela capacidade para remunerar a estrutura acionista de forma robusta e sólida”.
Assegurando que “não é contra a OPA, mas contra o baixo preço da Oferta”, a Maxyield afirma que, “ao longo deste processo, não foi dada qualquer explicação pública para a significativa diferença entre o preço da Oferta e o justo valor da Sonaecom” e lamenta que a Sonae não tenha manifestado “abertura para rever as condições da Oferta, tornando mais atrativos os pressupostos da OPA”.
No passado dia 29 de março, o administrador financeiro (CFO) da Sonae, João Dolores, afirmou que o preço da OPA sobre a Sonaecom “não vai mudar” porque “é um preço” que o grupo considera “justo”.
“O preço da OPA não vai mudar. É um preço que consideramos justo e não temos qualquer intenção de o alterar. Acreditamos que esta oferta é uma oportunidade única para os acionistas minoritários venderem as suas ações a um valor substancialmente superior à cotação da ação nos últimos anos e que foi, aliás, validado pela própria CMVM”, adiantou o gestor.
O responsável referiu que “o prémio pago é de 25% face à cotação do último fecho antes do anúncio da OPA e de 33% face à média dos seis meses anteriores”.
Afirmando que “nos três anos” antes da oferta “a ação nunca atingiu este valor”, João Dolores disse que, se não forem atingidos os 90% do capital social, como exigido pela CMVM, “a empresa irá manter-se cotada em bolsa”.
A OPA da Sonae sobre a Sonaecom foi registada pela CMVM em 14 de março, expirando em 14 de abril o prazo para emissão de ordens de venda.
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