Mais de 70% das empresas de engenharia e I&D reportam défice de talento

Engenharia de dados, inteligência artificial, segurança cibernética, Internet of things (IoT), conectividade e engenharia de sistemas são as áreas em que mais se sente a escassez de talento.

A maioria das empresas que atuam no setor da engenharia e investigação & desenvolvimento (I&D) debate-se com escassez de profissionais, com 73% a reportar défice de talento. A situação tenderá a agravar-se, com os trabalhadores baby boomers a sair do mercado de trabalho mais rapidamente do que os recém-formados a entrar. Externalização e a deslocalização ajudam as lideranças a lidar com a escassez crónica de talento, aponta o relatório “Global Engineering and R&D”, da Bain & Company.

“A escassez de engenheiros está a afetar todas as regiões geográficas e deverá continuar na próxima década. As empresas líderes estão a aperceber-se de que é tão importante melhorar a atratividade das funções de engenharia, como procurar novas equipas no mercado para adicionar à força de trabalho”, afirma Daniel Suter, partner da Bain & Company em Zurique, citado em comunicado.

Engenharia de dados, inteligência artificial, segurança cibernética, Internet of things (IoT), conectividade e engenharia de sistemas são as áreas que os responsáveis inquiridos apontam como aquelas em que mais se sente a escassez de talento.

O relatório da consultora não o antevê que o problema de falta de profissionais qualificados atenue nos próximos anos, antes pelo contrário. Fala em colaboradores do setor a reformarem-se mais rapidamente do que os recém-formados a ingressarem nesta indústria.

As empresas líderes estão a aperceber-se de que é tão importante melhorar a atratividade das funções de engenharia, como procurar novas equipas no mercado para adicionar à força de trabalho.

Daniel Suter

Partner da Bain & Company em Zurique

A juntar a isso, há ainda uma fatia de engenheiros que se encontram a meio da sua carreira e que transitam para funções que não estão relacionadas com a engenharia. Globalmente, a percentagem de engenheiros que abandonam os seus trabalhos em empresas de engenharia situa-se entre os 16% e 17%, um aumento de quase dois pontos percentuais face há três anos.

60% das organizações pretendem aumentar outsourcing

Sinalizando uma mudança estratégica nos departamentos de RH, 60% das empresas de engenharia e I&D planeiam aumentar o outsourcing de ER&D [Engineering and R&D] ao longo dos próximos três anos.

“Tradicionalmente, as grandes empresas têm externalizado cerca de 18% do trabalho de EI&D. Esse nível é francamente inferior ao do setor de serviços de TI, que passou por uma transformação semelhante nos anos 2000 e hoje externaliza 46% das atividades”, refere a Bain & Company.

“Além de acelerar a inovação, a externalização e a deslocalização também ajudam as equipas executivas a lidar com a escassez crónica de talento e com a crescente pressão dos custos“, aponta a consultora com sede em Boston, nos EUA.

Os setores mais inclinados para aumentar a externalização de serviços nos próximos três anos são a indústria transformadora, automóvel, dispositivos médicos, energia e aeroespacial e defesa. E também os tipos de projetos estão a mudar.

“Tradicionalmente, as grandes organizações de análise externalizavam, acima de tudo, atividades como testes, validação e conformidade, mantendo internamente os sistemas e produtos centrais. Agora, essas mesmas empresas estão a externalizar um conjunto mais amplo de atividades, como o design de produtos end-to-end ou o desenvolvimento de componentes-chave”, conclui.

Consulte o estudo na íntegra aqui.

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