Galp pede clarificação do regime fiscal em Portugal para poder avançar com investimentos
CEO da petrolífera pede esclarecimentos sobre o quadro fiscal português, numa altura em que os dois investimentos em Sines, avaliados em 486 milhões de euros, estão em consulta pública.
Filipe Silva apela que as matérias relacionadas com o quadro fiscal português sejam esclarecidas, antes de a Galp avançar com os próximos projetos no país.
Para o CEO, os próximos dois investimentos em Sines, ligados à produção de biocombustíveis avançados e hidrogénio verde, que se encontram em consulta pública, “estão prontos para avançar” estando já alocados os recursos necessários para a viabilização dos projetos. No entanto, afirma que “os regimes fiscais em Portugal têm de ser clarificados” de forma a não comprometer os investimentos. Os dois projetos estão avaliados em 486 milhões de euros.
“Estamos prontos para avançar [com o HVO@Galp e GalpH2Park]. Temos pessoas e fornecedores alinhados. Este é um projeto importante mas os regimes fiscais em Portugal precisam de ser clarificados. Precisamos de ter um ambiente propício a grandes decisões”, recomendou o CEO esta sexta-feira durante uma chamada com analistas, na sequência da divulgação dos resultados da petrolífera referente ao primeiro trimestre. “A Galp tem sido taxada a 64% em Portugal. Precisamos de outras condições”, acrescentou.
Filipe Silva tinha lançado o mesmo apelo num vídeo publicado esta manhã, onde defendeu que “a clarificação das questões fiscais é importante para nós antes de iniciarmos os nossos novos projetos em Portugal“, fazendo referência à decisão anunciada, em março, pelo Tribunal Constitucional onde libertava os distribuidores e transportadores de gás de pagarem a Contribuição Extraordinária do Setor Energético (CESE).
“Vimos progressos na decisão recente do Tribunal Constitucional a nosso favor no âmbito dos impostos extraordinários sobre o setor da energia. Vamos ver”, disse.
A Galp Energia lucrou 250 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023, valor que fica 62% acima dos 155 milhões verificados no mesmo período do ano passado, segundo um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) esta sexta-feira.
Já o EBITDA, ou seja, os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, atingiu os 864 milhões, quase em linha com o período homólogo (-1%).
Este resultado é impulsionado por “um forte desempenho operacional, nomeadamente no Industrial & midstream e atividades comerciais”, salienta a petrolífera. O segmento industrial inclui a refinação, sendo que a margem da Galp se fixou nos 14,3 dólares por barril, acima dos 4,8 dólares registados no mesmo período do ano passado e também mais alta do que a do quarto trimestre de 2022, de 13,5 dólares.
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