Costa salienta bons resultados mas avisa que Portugal tem de continuar a pedalar
"Quando temos uma boa notícia na economia, isso não nos deve fazer descansar", disse o primeiro-ministro, em reação às projeções económicas da Comissão Europeia para Portugal.
O primeiro-ministro afirmou esta segunda-feira que as previsões económicas da Comissão Europeia são uma boa notícia para Portugal, mas advertiu que é preciso “continuar a pedalar” para a economia portuguesa manter a sua trajetória. Esta posição foi transmitida por António Costa no final da reunião de trabalho com a primeira-ministra islandesa, Katrin Jakobsdotti, depois de interrogado sobre as previsões económicas da Comissão Europeia para a economia portuguesa.
Bruxelas reviu em alta a projeção de crescimento da economia portuguesa deste ano para 2,4%, a terceira maior taxa da zona euro, e estimou uma taxa de inflação de 5,1% em 2023, esperando uma moderação para 2,7% em 2024. “As previsões efetivamente sinalizam uma expectativa de crescimento mais forte do que aquela que se antevia anteriormente. Portanto, significa que podemos manter a trajetória que temos seguido no sentido de reforçar o impacto da economia na vida dos portugueses”, declarou o primeiro-ministro.
Perante esta “boa notícia” de Bruxelas, o líder do executivo português voltou a usar a imagem da bicicleta para a aplicar à economia e para combater uma ideia de conformismo. “Quando temos uma boa notícia na economia, isso não nos deve fazer descansar. Pelo contrário, deve fazer-nos compreender o seguinte: Tal como nas bicicletas, ou continuamos a pedalar e a economia continua a crescer, ou se paramos então a bicicleta não anda e até pode mesmo descarrilar”, disse.
Por isso, para António Costa, “a solução é mesmo continuar a pedalar para que a economia continue a dar bons resultados, traduzindo-se numa melhoria da qualidade de vida dos portugueses”. Segundo o primeiro-ministro, em relação ao futuro, Portugal terá de “continuar a manter um elevado nível de emprego, porque essa é a melhor forma de a economia se traduzir no dia-a-dia das pessoas”.
“Em segundo lugar, temos de manter a trajetória de recuperação dos rendimentos, que está patente no acordo de concertação social que assinámos de forma a garantir que, no final da legislatura, os salários dos portugueses aumentam o seu peso no Produto Interno Bruto para 48%, ou seja, a média comunitária”, disse.
Também de acordo com António Costa, os mais recentes indicadores revelam que Portugal está em condições de “continuar a adotar o mesmo tipo de medidas de combate à inflação, com redução do IVA, apoios às famílias, aumento intercalar dos vencimentos a pagar este mês à função pública e, em julho, aos pensionistas”.
“Esta capacidade de continuar a sustentar as políticas de rendimentos são da maior importância, ao mesmo tempo que continuamos a ter recursos para melhorar o Serviço Nacional de Saúde ou a escola pública”, acrescentou.
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