Bruxelas revê em alta crescimento de Portugal de 1% para 2,4% em 2023. “Economia deve crescer o dobro da UE”, diz Gentiloni
A Comissão Europeia reviu em alta crescimento do PIB português de 1% para 2,4% em 2023, com impulso do turismo. Inflação deverá ficar em 5,1%.
A Comissão Europeia reviu em alta as previsões para o crescimento da economia portuguesa para mais do dobro. Espera agora que o PIB avance 2,4% em 2023, segundo indicou nas previsões económicas de primavera, merecendo elogios do comissário europeu para a Economia. É uma melhoria face aos 1% estimados em fevereiro e também mais otimista que Fernando Medina, que projetou um crescimento de 1,8% este ano.
Em fevereiro, as previsões económicas da Comissão Europeia apontavam para um crescimento do PIB de Portugal de 1%, o que já nessa altura era uma revisão em alta. Já para a inflação, previa que ficasse nos 5,4% este ano. Os números evoluem agora para um crescimento de 2,4% em 2023 e uma inflação de 5,1%, o mesmo que o previsto pelo Governo no Programa de Estabilidade.
Depois de uma recuperação no arranque do ano, impulsionada pelo turismo, “prevê-se que o crescimento económico enfraqueça” no segundo trimestre, para voltar a subir novamente nos trimestres seguintes “no contexto de uma recuperação gradual do rendimento disponível real das famílias e do consumo privado”, nota a Comissão nas previsões de primavera.
É também esperada uma subida mais forte das exportações do que das importações este ano, o que já se tem verificado nos primeiros meses de 2023, nomeadamente devido à recuperação do turismo, ajudando a impulsionar o crescimento. Já para 2024, Bruxelas mantém a previsão de um crescimento de 1,8%.
Este crescimento previsto para Portugal é “o dobro da média da UE para este ano”, de 1% na União Europeia e 1,1% na Zona Euro, destaca o comissário Paolo Gentiloni, na conferência de imprensa, acrescentando que “não podemos descrever isto como negativo”.
Apesar da melhoria, as previsões mais animadoras para a economia portuguesa continuam a ser as do Fundo Monetário Internacional (FMI), que espera um crescimento de 2,6% este ano. O maior otimismo surge devido à surpresa no crescimento do PIB no primeiro trimestre, que foi de 1,6% em cadeia, mais forte do que o esperado.
No que diz respeito ao défice, a Comissão prevê mesmo que este se reduza para 0,1% em 2023, permanecendo inalterado em 2024. Fica abaixo dos 0,4% em 2023 e 0,2% em 2024 estimados pelo Ministério das Finanças no Programa de Estabilidade para 2023. “A receita tributária é o principal motor desse crescimento, principalmente da tributação indireta, ainda refletindo a elevação sustentada dos preços”, explica Bruxelas.
Paolo Gentiloni, comissário europeu com a pasta da Economia, destacou que é “interessante notar o equilíbrio orçamental, apesar de um número de medidas relacionadas com os preços da energia significantes, que tiveram um impacto substancial no Orçamento”, em conferência de imprensa. “No geral, o equilíbrio é melhor que outros membros”, salientou, ficando abaixo do limite dos 3% do PIB.
Quanto ao rácio da dívida pública, as perspetivas são de uma redução para 106,2% em 2023 e 103,1% em 2024. Portugal encontra-se entre as maiores quedas da Europa: a Grécia lidera (52 p.p.), seguida por Chipre (41 p.p.), Portugal (32 p.p.), Croácia (25 p.p.) e Irlanda (20 p.p.). Mesmo com esta redução, o rácio vai continuar a ser superior a 60% do PIB no final de 2024, a meta das regras orçamentais da UE, bem como acima de 100%.
A Comissão salienta ainda que a remuneração por trabalhador estagnou em Portugal. Prevê que o desemprego se fixe nos 6,5% em 2023 e 6,3% em 2024, durante “um aumento moderado do emprego e dos salários reais, compensando os funcionários pela perda de poder de compra em 2022”.
(Notícia atualizada pela última vez às 9h55)
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