Fundador da empresa Fortera, Elad Dror, é um dos sete detidos na Operação Babel
O diretor-executivo e fundador do Grupo Fortera, Elad Dror, é um dos sete detidos pela PJ durante a "Operação Babel", que investiga projetos imobiliários a rondar os 300 milhões de euros.
O diretor-executivo e fundador do Grupo Fortera, Elad Dror, é um dos sete detidos esta terça-feira pela Polícia Judiciária (PJ) durante a “Operação Babel”, que investiga projetos imobiliários a rondar os 300 milhões de euros.
A detenção do responsável por este grupo de capitais israelitas, que se dedica aos negócios e à promoção imobiliária, foi avançada à agência Lusa por fonte judicial, acrescentando que um segundo empresário detido já o havia sido no âmbito da “Operação Vórtex”, ao abrigo da qual o ex-presidente da Câmara de Espinho Miguel Reis se encontra em prisão preventiva.
A Lusa contactou a Fortera, aguardando ainda uma reação à detenção de Elad Dror.
O vice-presidente do município de Vila Nova de Gaia, Patrocínio Azevedo (PS), que tem o pelouro do Planeamento Urbanístico e Política de Solos, Licenciamento Urbanístico, Obras Municipais e Vias Municipais, e dois funcionários da câmara do Porto, um deles chefe de uma divisão da área urbanística e outro com ligações a esta divisão, também foram detidos. A PJ deteve ainda um técnico superior da Direção Regional de Cultura do Norte e um jurista, acrescentou a mesma fonte à Lusa.
Está previsto que os sete detidos, todos homens, sejam presentes a primeiro interrogatório judicial, a partir de quarta-feira, ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para aplicação de medidas de coação.
A “Operação Babel centra-se na viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário”, explicou a PJ, em comunicado.
“Nesta fase, foram já constituídos 12 arguidos, estando os detidos, um titular de cargo político [vice-presidente da autarquia de Gaia], dois funcionários de serviços autárquicos, um funcionário de Direção Regional de Cultura do Norte, dois empresários e um profissional liberal, indiciados pela prática dos crimes de recebimento ou oferta indevidos de vantagem, corrupção ativa e passiva, prevaricação e abuso de poder praticados por e sobre funcionário ou titular de cargo político”, deu conta a PJ.
A autarquia de Gaia já garantiu que, “como é evidente, todos os elementos foram fornecidos” [à PJ] e que o presidente da câmara municipal, Eduardo Vítor Rodrigues (PS), “deu indicação expressa aos serviços para a cedência de todos os elementos necessários às averiguações legais”.
Segundo aquela autarquia, “as questões ficaram devidamente documentadas, mantendo-se os serviços em disponibilidade total para colaborar com a Justiça e com a investigação”.
Em comunicado ao final da manhã, a Câmara Municipal do Porto afirmou que as buscas da PJ nos serviços municipais do urbanismo não visam o município, mas empresas privadas com processos urbanísticos ali a tramitar. Além disso, a autarquia confirmou que a PJ estava a analisar dois telemóveis, sem avançar a quem pertencem.
Anteriormente, fonte da Câmara do Porto confirmou terem sido apreendidos os telemóveis do vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, e de uma chefe de divisão do Urbanismo.
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